Eleição na AL-BA: sem citar nomes, segmento interno do PT denuncia campanha contra Fátima Nunes
Movimentação pode impactar diretamente resultado da votação envolvendo 1ª vice-presidência da Casa

Mais um capítulo da novela envolvendo a eleição da 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Sem citar nomes, a Secretaria de Mulheres do PT denunciou, na manhã desta quinta-feira (26), que há uma campanha contra a deputada estadual Fátima Nunes. O impasse dentro do PT ocorreu após o partido indicar a parlamentar para a vaga, mas Júnior Muniz não respeitar a decisão e anunciar sua candidatura ao cargo que pertence à legenda por ter a maior bancada na Casa.
Diante do bate-chapa que não é comum nesses casos, a eleição suplementar, que ocorreria nesta última quarta-feira (26), foi adiada. Segundo a presidente da AL-BA, Ivana Bastos (PSD), a votação ocorrerá na próxima terça-feira (2) para que o PT revolva internamente sua indicação.
Eleição ameaçada por votos nulos e brancos
A indefinição surgiu após o deputado estadual Júnior Muniz lançar sua candidatura, concorrendo diretamente com Fátima Nunes, que já era a favorita para ocupar o cargo. A petista, que está em seu sexto mandato, compõe a mesa-diretora como suplente e era a principal aposta do partido até a semana passada. No entanto, a entrada de Muniz na disputa gerou divisão na bancada.
Em nota oficial encaminhada ao Portal M!, a Secretaria de Mulheres do PT, estaria ocorrendo uma movimentação nos bastidores para votos nulos e brancos caso Fátima seja a escolhida para o cargo. A estratégia pode esvaziar a disputa e dificultar a definição do novo vice-presidente da Casa.
“A escolha de Fátima Nunes foi feita de forma democrática e respaldada pela maioria da bancada do PT. Qualquer movimentação contrária à sua candidatura, incluindo campanhas por votos brancos ou nulos, desrespeita a decisão coletiva e afronta a unidade partidária. O partido possui regras nítidas e ações que contrariem as decisões coletivas estão sujeitas a sanções regimentais. Medidas cabíveis serão adotadas diante de qualquer tentativa de desestabilização do processo”.
Ao declarar o apoio à indicação da deputada estadual à 1ª vice-presidência da AL-BA, o segmento partidário afirma que a “decisão pelo nome de Fátima é mais que uma escolha política, é um marco na luta das mulheres por representatividade e protagonismo nos espaços de poder”. A nota diz ainda que “em um cenário ainda marcado pela desigualdade de gênero, sua candidatura reafirma que ocupar cargos estratégicos também é direito das mulheres – e que a política precisa, cada vez mais, refletir a diversidade do povo que representa”.
“Fátima será a primeira mulher do Partido dos Trabalhadores a ocupar essa posição na mesa-diretora, demonstrando o compromisso do partido com a luta das mulheres e a valorização das lideranças femininas. Sua trajetória é marcada por décadas de serviço ao povo da Bahia, em especial às mulheres, aos trabalhadores do campo e às comunidades mais vulnerabilizadas”.
Eleição de Fátima seria histórica na AL-BA, com duas mulheres à frente da Casa
A Secretaria de Mulheres relembrou que entre os 63 mandatos da Assembleia, apenas 11 são ocupados por mulheres. Conforme o segmento, a “eleição de Fátima como vice-presidenta, ao lado da atual presidenta Ivana Bastos – que foi a primeira mulher a ocupar a 1ª vice-presidência da AL-BA e hoje faz história como presidenta da Casa – representa um passo firme na construção de um legislativo mais representativo e comprometido com a justiça de gênero”. Se a petista for eleita, duas mulheres ocupariam, pela primeira vez na história, os dois principais cargos da Casa.
“Reafirmamos que tudo é política quando se é mulher. Cada avanço é fruto de luta, de enfrentamento e de resistência. A presença de Fátima nesse cargo carrega o peso simbólico de muitas vozes, histórias e sonhos que por tanto tempo foram silenciados nos espaços de poder. Defender Fátima é defender a história de luta das mulheres na política, é manter a coerência partidária e fortalecer um projeto coletivo que coloca o povo no centro das decisões”.
Eleição suplementar
A 1ª vice-presidência ficou vaga após Ivana Bastos assumir a presidência da AL-BA, substituindo o correligionário Adolfo Menezes (PSD), afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo critério de proporcionalidade partidária, a cadeira cabe ao PT.
A legenda abriu mão da posição em fevereiro deste ano, durante as negociações que levaram à eleição da nova mesa-diretora. Na época, o nome indicado pelo partido era o do deputado estadual Rosemberg Pinto, que retirou sua candidatura e acabou sendo reconduzido à liderança do governo estadual na Casa.
A nova presidente da AL-BA defendeu, nesta quarta, que a votação ocorra de forma clara e organizada, sem interferências que prejudiquem o processo democrático. “A decisão sobre o candidato cabe ao partido, mas o Parlamento precisa seguir seu curso. Nosso compromisso é garantir uma votação legítima e transparente”, afirmou.
A expectativa agora é que, até terça-feira (2), o PT consiga chegar a um consenso para evitar que a eleição se transforme em um impasse ainda maior. Segundo Ivana Bastos, a suspensão foi necessária para garantir um processo organizado, já que há dois candidatos disputando a única vaga disponível para a legenda.
“Tem dois candidatos de um partido que só tem uma vaga. Então o partido precisa resolver quem é o seu candidato”, destacou Ivana.
A presidente da AL-BA reforçou a necessidade de um consenso, citando o exemplo do deputado Angelo Coronel Filho (PSD), que abriu mão de sua candidatura para apoiar sua eleição à presidência da AL-BA.
“É preciso haver um consenso, assim como ocorreu com o deputado Angelo Coronel Filho”, afirmou.
Mais Lidas
Política
Efeito Trump: aprovação de Lula sobe entre eleitores mais críticos
Últimas Notícias

Efeito Trump: aprovação de Lula sobe entre eleitores mais críticos

Bahia empata na Sul-Americana e perde craque para decisão na Colômbia

Controle de armas em xeque: MPF questiona atuação da PF e cobra explicações do governo
Procuradores cobram transparência no cronograma firmado entre ministérios da Justiça e da Defesa para substituir Exército na fiscalização

Carla Zambelli devolve apartamento funcional com atraso e pode pagar mais de R$ 7 mil em multa
Devolução foi feita pelo advogado Fabio Pagnozzi à Quarta Secretaria da Câmara dos Deputados

Caminhada e mutirão gratuito em Salvador vão alertar sobre câncer de cabeça e pescoço
Ação do Hospital Aristides Maltez (HAM) tem como objetivo ampliar diagnóstico precoce e orientar população sobre fatores de risco

Prefeitura de Salvador realiza pregão para box de bar e restaurante no Mercado Modelo nesta quinta-feira
Podem participar da disputa pessoas físicas e jurídicas, conforme informou a Semop

Após remake de ‘Vale tudo’, Débora Bloch planeja descanso em Portugal; entenda o motivo
Débora Bloch assumiu o papel de Odete Roitman na nova versão de 'Vale Tudo', originalmente interpretada por Beatriz Segall em 1988

Itaparica entra no circuito do Festival Tempero Bahia 2025 com pratos que homenageiam biomas da região
Pratos apresentados terão como inspiração o tema 'Biomas da Bahia – Caatinga: Umbu, Mangaba, Licuri, Cana-de-açúcar, Milho e Mandioca'

Ex-comandante da Aeronáutica revela tentativas de coação durante suposta articulação golpista
Militar prestou depoimento como testemunha na ação penal que investiga o chamado 'núcleo 4' da organização acusada de conspirar contra o Estado democrático

Influenciador Buzeira é criticado após ‘brincadeira’ com relógios e joias de convidados em casamento milionário
Polêmica em casamento de Buzeira gera críticas e expõe processos em andamento na Justiça

Mourão critica Trump e diz que processo contra Bolsonaro deve ser resolvido por brasileiros: ‘não aceito que venha meter bedelho’
Declaração foi feita durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado

Eduardo Bolsonaro critica Tarcísio por postura diante de tarifaço dos EUA: ‘subserviência servil’
Deputado diz que reunião de Tarcísio com empresários e diplomatas prejudica plano de anistia ao seu pai, Jair Bolsonaro