Bancada da Bahia expõe racha com Lula e apoia urgência para projeto que pode derrubar aumento do IOF
Parlamentares do PSD, aliado de Lula na Bahia, votaram em bloco contra medida do governo; petistas foram unânimes em defender o Planalto

A bancada da Bahia na Câmara dos Deputados teve papel relevante na aprovação do regime de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025, que visa suspender o decreto do governo federal que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A votação ocorreu na noite da última segunda-feira (16) e teve 346 votos favoráveis e 97 contrários no plenário da Casa. Entre os parlamentares baianos, 24 votaram a favor da urgência, 11 se posicionaram contra e quatro não registraram voto.
O destaque ficou para o comportamento do PSD, partido que integra a base do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), aliado direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Todos os seis deputados federais baianos da legenda votaram contra o Planalto, apoiando a tramitação acelerada do projeto que pode derrubar o decreto presidencial. A votação evidenciou o distanciamento entre parte da base aliada no estado e o governo federal em temas fiscais considerados sensíveis.
PSD baiano se afasta do governo Lula na votação
Os parlamentares do PSD — Antonio Brito, Charles Fernandes, Diego Coronel, Gabriel Nunes, Otto Alencar Filho e Paulo Magalhães — marcharam de forma unânime a favor da urgência do projeto. A medida acelera a possibilidade de votação direta do PDL no plenário, sem a necessidade de passar pelas comissões temáticas da Câmara, e representa uma sinalização de desgaste entre o governo e parte da sua base aliada.
Esse posicionamento contrasta com o discurso tradicional de alinhamento entre os interesses do PSD da Bahia e o Palácio do Planalto. A votação acende um alerta político para a articulação do governo, especialmente diante do momento de pressão por equilíbrio fiscal e resistência parlamentar ao aumento de tributos.
Petistas baianos votam em bloco com o Planalto
Em contrapartida, os deputados do PT baiano mantiveram coesão na defesa do governo. Dos sete parlamentares da legenda, seis votaram contra a urgência: Ivoneide Caetano, Jorge Solla, Joseildo Ramos, Josias Gomes, Valmir Assunção e Waldenor Pereira. Apenas Zé Neto, que também é do PT, não participou da votação.
A posição dos petistas está em linha com a estratégia do Planalto de conter a tramitação do PDL e evitar a derrubada de um dos mecanismos criados para aumentar a arrecadação federal em meio ao desafio fiscal. O governo argumenta que a elevação do IOF integra um conjunto de medidas para compensar renúncias e manter o equilíbrio das contas públicas.
Votação expõe divisão entre partidos baianos
A distribuição dos votos da bancada da Bahia demonstrou a fragmentação partidária em torno do tema. Siglas como União Brasil, PP e Republicanos também contribuíram com votos favoráveis à urgência, enquanto partidos de esquerda, como PCdoB, PSB, PV e PSOL, se posicionaram contra.
Entre os parlamentares que votaram a favor da tramitação acelerada do PDL estão nomes como Adolfo Viana (PSDB), Elmar Nascimento (União Brasil), Félix Mendonça Jr. (PDT) e Capitão Alden (PL). Do outro lado, Alice Portugal (PCdoB), Daniel Almeida (PCdoB), Bacelar (PV) e Lídice da Mata (PSB) se alinharam ao governo federal na tentativa de barrar o avanço do projeto.
Quatro deputados baianos não participaram da votação: Arthur Oliveira Maia (União), João Carlos Bacelar (PL), Roberta Roma (PL) e Zé Neto (PT).
Entenda o contexto da medida e o impacto no governo
A discussão sobre o IOF ganhou força após o governo Lula editar, no fim de maio, um decreto que elevava a alíquota do imposto em operações envolvendo empresas, câmbio e previdência privada. Diante da forte reação do setor financeiro e da oposição parlamentar, o Executivo recuou parcialmente e, posteriormente, editou um novo decreto com alíquotas mais brandas, além de apresentar uma medida provisória com alternativas de compensação fiscal, como o aumento da tributação sobre apostas esportivas (bets) e sobre rendimentos de títulos isentos como LCI e LCA.
Mesmo com as mudanças, a insatisfação permaneceu. Parlamentares acusam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de falta de diálogo e criticam o que consideram tentativas de elevar impostos sem cortes de gastos estruturais. A insatisfação também tem relação com o atraso no pagamento de emendas parlamentares, o que compromete a articulação do governo no Congresso.
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