A prefeita de Lauro de Freitas, Débora Regis (União Brasil), revelou nesta quarta-feira (29), uma nova dívida deixada pela ex-prefeita Moema Gramacho (PT). Em entrevista ao Portal M!, Débora contou que a petista deixou uma dívida superior a R$ 1,2 milhão com o Consórcio Público Interfederativo de Saúde da Reigão Metro Recôncavo Norte (MRN), que era presidido pela própria Moema.

“Ela era presidente do consórcio e deveria dar exemplo. Quando eu cheguei lá, fui surpreendida com essa dívida de mais de R$ 1 milhão. Isso nos deixa tristes, porque percebemos que, em nenhum momento, houve gestão ou responsabilidade com o dinheiro público. A cada dia que passa, tenho plena convicção de que vamos resolver os problemas com muito planejamento e trabalho”, declarou a prefeita.

Detalhes da dívida com o Consórcio

O valor do débito se refere ao período entre os meses de maio e dezembro do ano passado. Mensalmente, Lauro de Freitas deve pagar ao consórcio, que é responsável pela Policlínica Regional instalada em Simões Filho, cerca de R$156 mil, conforme prevê contrato para constituir a associação entre os municípios.

Débora participou da Assembleia Geral do Consórcio Público Interfederativo de Saúde da Região Metro Recôncavo Norte na terça-feira (28), quando teve conhecimento da dívida deixada por Moema. Além de Lauro de Freitas, o consórcio reúne os municípios de Camaçari, Conde, Dias d’Ávila, Mata de São João e Simões Filho.

Débora anuncia pagamento de salários

Regis também declarou que a prefeitura já pagou os salários dos funcionários efetivos, dos temporários (TDs) e dos comissionados. Apesar disso, ela confessou ter descoberto que muitos dos funcionários trabalharam em dezembro, mesmo tendo sido exonerados em novembro.

“O problema é que a ex-prefeita deixou muita gente trabalhando em dezembro, porém essas pessoas já estavam fora da folha. Ou seja, já tinham sido demitidas desde novembro e não foram comunicadas. Então, por conta disso, tudo que tinha lá para ser pago, eu paguei. O que foi deixado pela ex-prefeita, nós pagamos. Porém, houve diversos funcionários que não tinham frequência e outros que já tinham sido exonerados. E eles, coitados, nem sabiam”, declarou a prefeita.

Tratativas com Jerônimo Rodrigues

Também nesta quarta, Débora comentou a declaração dada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), em 21 de janeiro, de que iria cobrar ex-gestores que deixaram pendências em prefeituras baianas. A declaração ocorreu durante a entrega da primeira Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin) da Bahia.

Na ocasião, o petista afirmou que tem recebido denúncias de prefeitos sobre a situação das administrações municipais. “Eu pretendo fazer um relatório, embasado em fatos reais, meu jurídico, minha PGE vai olhar, para que a gente possa entregar ao TJ [Tribunal de Justiça], ao Ministério Público, é um reclame, um relatório, eu não compreendo, eu não concordo, eu não aceito de forma nenhuma que um prefeito, uma prefeita, um gestor que perca as eleições não faça uma transição com dignidade”, declarou Jerônimo.

Ao falar sobre o tema, a prefeita de Lauro de Freitas revelou que, até o momento, não teve conversas com o petista sobre as pendências deixadas pela correligionária do chefe do Executivo estadual. “Eu ainda não tive contato, até porque estou tentando administrar logo esses primeiros desafios, que foram essa questão da folha de pagamento de dezembro”, disse.

Promessas de campanha

Na ocasião, Débora também foi perguntada sobre quais serão as prioridades neste primeiro ano de gestão. Apesar de lamentar a situação encontrada na gestão, Débora afirmou que os problemas herdados não serão empecilhos para cumprir as promessas feitas durante o período eleitoral.

“Até porque nós estamos enxugando a folha, estamos revisando os contratos e cortando contas absurdas que existiam lá. Então, se você trabalha e tem consciência de que precisa ter responsabilidade com o dinheiro público, você vai fazer de um limão uma limonada”, declarou.