O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, formaliza, nesta sexta-feira (9), sua saída do PSDB e filiação ao PSD, partido presidido pelo atual secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, Gilberto Kassab. O ato de filiação está marcado para as 15h, no gabinete da Direção Nacional do PSD, em São Paulo.

Filiação ocorre após anúncio de fusão entre PSDB e Podemos

A mudança de sigla acontece no contexto das negociações avançadas para a fusão entre PSDB e Podemos. Na última quarta-feira (7), Leite reconheceu que a legenda tucana está passando por um processo de transformação que altera sua identidade histórica.

Ao comentar o cenário, o governador afirmou que legenda pela qual se filiou há 24 anos está “deixando de existir”.

“O PSDB a que eu me filiei há 24 anos está deixando de existir. Tomou-se uma decisão de fazer uma fusão com o Podemos e, provavelmente, essa fusão vai ensejar um novo nome, um novo número, uma nova marca, um novo programa partidário”, disse.

Na avaliação de Leite, a junção deve representar o fim de como o PSDB se apresentou à população nas últimas décadas. “O PSDB, no formato que historicamente se apresentou para a população brasileira, está saindo do cenário. Vai ser um novo partido”, afirmou.

Até a tarde de quinta-feira (8), dirigentes do PSDB ainda não haviam sido oficialmente informados sobre a desfiliação de Leite.

PSD projeta Leite como possível nome à Presidência

A entrada de Eduardo Leite no PSD está alinhada com o projeto do partido de lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2026. Segundo o presidente da sigla, Gilberto Kassab, em declaração dada no dia 29 de abril, o governador gaúcho seria o nome da legenda para o pleito, caso confirme sua filiação à legenda.

“O Eduardo Leite, caso se filie, será um pré-candidato a presidente da República pelo PSD”, declarou Kassab na ocasião.

Concorrência interna inclui Ratinho Junior, governador do Paraná

Com a filiação de Leite, o PSD passa a contar com dois possíveis presidenciáveis. O governador do Paraná, Ratinho Junior, também é cogitado internamente como candidato ao Planalto. A sigla, que elegeu prefeitos em cerca de um sexto dos municípios brasileiros na última eleição municipal, busca consolidar um nome competitivo com viabilidade nacional.

PSD mantém independência em relação ao governo Lula

Apesar de ocupar três ministérios no governo Lula (PT), o PSD não pretende apoiar a reeleição do atual presidente. Segundo Kassab, a legenda seguirá sua própria estratégia e não tem compromissos eleitorais com o Palácio do Planalto.

“Ele [Lula] foi eleito, é uma pessoa que tem experiência, e tudo que estiver ao nosso alcance para que ajude o governo a ir bem terá o nosso apoio, desde que seja um projeto que tenha a nossa concordância em relação aos nossos programas de governo”, explicou Kassab.

O dirigente também destacou que o partido reconhece a legitimidade do governo federal, mas manterá independência nas decisões políticas:

“O PSD não apoiou o presidente Lula na sua campanha, mas entende que foi eleito e não temos nenhum problema em apoiar todas as medidas que a gente entende que sejam positivas para o país”, afirmou.