Cúpula do PSDB aprova fusão com Podemos e marca decisão final para junho
Executiva da sigla convocou convenção nacional para 5 de junho, quando os filiados deverão deliberar sobre fusão e possíveis alterações no estatuto

A executiva nacional do PSDB aprovou, nesta terça-feira (29), em Brasília, o início do processo de fusão com o Podemos. A decisão, tomada por unanimidade entre os 38 votantes, marca um novo capítulo na tentativa de reconstrução do partido, que enfrenta risco de extinção por não cumprir os critérios da cláusula de barreira.
Segundo o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, a fusão pretende criar uma alternativa democrática de centro, afastada dos extremos.
“A ideia é construir uma nova alternativa de centro democrático, distante dos extremos, com foco na retomada do desenvolvimento do país”, afirmou, em nota.
Ele acrescentou que os dois partidos “continuarão se reunindo nas próximas semanas para construir as convergências necessárias à consolidação de nossa união de estruturas e, principalmente, de propósitos”.
Convenção marcada e primeiros efeitos práticos
A Executiva do PSDB convocou convenção nacional para 5 de junho, quando os filiados deverão deliberar sobre a fusão e possíveis alterações no estatuto partidário. Caso seja aprovada, a união transformará PSDB e Podemos em uma única legenda, com estruturas jurídicas e administrativas unificadas — diferentemente das federações, que permitem separação futura.
A nova sigla reunirá 28 deputados federais, o equivalente a 5% da Câmara, além de 7 senadores, 2 governadores e cerca de 400 prefeitos eleitos em 2024, incluindo dois em capitais. A fusão elevará o novo partido ao patamar das maiores legendas do país em representatividade municipal e presença no Congresso Nacional.
Fusão ganha força após recuo de negociação com o PSD
As negociações com o Podemos ganharam impulso depois que o PSDB abandonou a tentativa de se incorporar ao PSD, o que implicaria na extinção da legenda tucana. A resistência interna, liderada por nomes históricos como Aécio Neves (PSDB-MG), forçou Marconi Perillo a recuar da proposta.
Entre as principais lideranças favoráveis à fusão estão o próprio Perillo, Aécio, o deputado federal Beto Richa (PSDB-PR) e Paulo Serra, presidente do PSDB de São Paulo.
“Aqueles que apostaram no fim do PSDB estão testemunhando um recomeço, um renascimento de um movimento partidário importante para o Brasil e que vai trazer, não tenho dúvida, uma alternativa longe dos extremos para os Estados e para o país”, declarou Serra.
A fusão com o Podemos é vista como uma estratégia para evitar que o PSDB perca acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e TV. A cláusula de desempenho, prevista na Constituição desde 2017, estabelece que, em 2026, os partidos devem ter ao menos 2,5% dos votos válidos nacionais ou 13 deputados federais eleitos em 9 estados distintos.
Atualmente, o PSDB possui 13 deputados distribuídos em apenas 8 estados. Caso o cenário se mantenha em 2026, a legenda perderá o direito ao financiamento público. Por isso, a união com o Podemos é considerada crucial para manter a viabilidade eleitoral do partido.
Presidente do Podemos destaca união de propósitos
A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, também celebrou o avanço das tratativas e afirmou que a fusão representa mais do que o fortalecimento estrutural.
“É a união de propósitos e valores que colocam o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos”, disse em nota.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que chegou a cogitar sua saída da legenda, participou da reunião virtualmente e votou favoravelmente à fusão. Apesar disso, ele ainda não confirmou se permanecerá no novo partido.
Com a fusão, a legenda passará a ser a quinta maior em número de vereadores no país e superará partidos como PT, PSB e PDT em número de prefeitos. A nova configuração governará municípios que somam uma população de cerca de 16 milhões de brasileiros.
Candidatura presidencial em 2026 ganha força
A união entre PSDB e Podemos também fortalece a possibilidade de lançar uma candidatura própria à Presidência da República em 2026. Renata Abreu apoia a ideia, e Eduardo Leite já manifestou publicamente o desejo de disputar o Planalto. O novo partido espera se consolidar como uma alternativa de centro em meio à polarização política nacional.
Se não houver desfiliações, a nova legenda contará com uma bancada de 30 deputados federais e 7 senadores, configurando-se como uma força relevante nas eleições municipais de 2024 e nas gerais de 2026.
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