O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira, declarou em entrevista à Rádio Eldorado, na sexta-feira (2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve indicar ainda este ano o nome que irá representar seu grupo político na eleição presidencial de 2026. Bolsonaro está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Antecipação da candidatura visa fortalecer estratégia eleitoral

Em entrevista à Rádio Eldorado, Ciro Nogueira afirmou que a escolha antecipada de um candidato, especialmente se for alguém que atualmente ocupa cargo eletivo, como o de governador, permitirá uma preparação mais eficaz para a campanha. Ele destacou que, caso a opção recaia sobre um membro da família de Bolsonaro, a definição poderia ocorrer no próximo ano.

Defesa de Bolsonaro sobre tentativa de golpe

O senador também negou o envolvimento de Bolsonaro em qualquer tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Ciro Nogueira, que atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, declarou que recebeu instruções do ex-presidente para conduzir a transição para o novo governo.

Proposta de CPMI para investigar fraudes no INSS

Ciro Nogueira anunciou que será apresentado no Senado um pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com o objetivo de apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele argumentou que a criação de uma comissão mista é obrigatória e mais ágil do que uma comissão exclusiva da Câmara dos Deputados.

Investigação abrangerá período do governo Bolsonaro

Questionado sobre a possibilidade de a investigação incluir o período em que Bolsonaro estava na presidência, Ciro Nogueira afirmou que a CPMI deverá investigar “o tempo que for necessário”, indicando que não haverá restrições quanto ao período analisado.

Formação da federação União Progressista e posição sobre ministros

O senador também comentou sobre a recente formação da federação União Progressista, resultado da união entre os partidos União Brasil e Progressistas. Ele defendeu que os quatro ministros dessas legendas que atualmente integram o governo Lula deixem seus cargos, alinhando-se à nova configuração partidária.

Tarcísio não quer ser plano de última hora de Bolsonaro para 2026, alerta vice-governador de SP

O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), também afirmou, na última quinta-feira (1º), que o ex-presidente Jair Bolsonaro precisa definir até o fim de 2025 se pretende indicar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para disputar a Presidência da República em 2026. Em entrevista à CNN Brasil, Ramuth indicou que uma decisão tardia, próxima ao pleito, poderia comprometer a estratégia política e inviabilizar a adesão de Tarcísio à candidatura.

“Acho que o presidente Bolsonaro tem que tomar essa decisão até o final desse ano, até para que não aconteça algo de última hora”, afirmou o vice-governador.

Comparação com substituição de Lula por Haddad em 2018

Na avaliação de Felicio, repetir o cenário vivido pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 2018, quando Fernando Haddad substituiu Luiz Inácio Lula da Silva na disputa, não seria aceitável para o atual governador de São Paulo.

“Aliás, se a gente fizer um paralelo, como aconteceu com o Lula lá atrás, que levou a sua candidatura até os dias finais […] e ali na hora que foi constatado pela Justiça Eleitoral que ele não poderia participar, o Haddad entrou”, afirmou Ramuth.

O vice destacou que Tarcísio não aceitaria um movimento semelhante, pois prefere tomar decisões de forma planejada. Ele reforçou que o governador tem um estilo de gestão focado em organização e execução com antecedência.

“Conhecendo o perfil dele, o dia a dia, como ele gosta de fazer as coisas e gosta de fazer bem feito, isso ele não aceitaria”, disse.