Cassação de Glauber Braga gera polêmica: líder do PL defende punição mais branda
Sóstenes Cavalcante considera decisão exagerada, mas segue posição do partido a favor da perda do mandato

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados, declarou, na segunda-feira (14), que considera exagerada a decisão do Conselho de Ética de cassar o mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Para o parlamentar, a perda do mandato deveria ser aplicada apenas em casos graves, como corrupção.
“Pessoalmente, acredito que a cassação deveria ser aplicada apenas a casos graves, como corrupção ou o da Flordelis, por exemplo. Acredito que uma punição de seis meses de suspensão, no caso de Glauber Braga, estaria de bom tamanho”, afirmou o deputado.
Orientação do PL sobre cassação
Entretanto, o parlamentar afirmou que seguirá a orientação de seu partido, que está a favor da cassação do deputado psolista. O líder do PL reforçou que sua posição institucional prevalecerá sobre sua opinião individual.
“Como líder do PL, não posso destoar da posição da bancada do partido, que se mostra favorável à cassação”, completou.
Processo no Conselho de Ética e possibilidade de recurso
O Conselho de Ética da Câmara aprovou, na última quarta-feira (9), por 13 votos a 5, o parecer que recomenda a cassação do mandato de Glauber Braga. O parlamentar é acusado de agressão física contra o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), durante um episódio ocorrido em 2024.
Na ocasião, o influenciador realizava um protesto no Congresso Nacional, quando começou a proferir insinuações e ofensas contra a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), Saudade Braga, mãe do deputado e falecida dias após o incidente. Em resposta, Glauber expulsou o influenciador da Câmara com chutes, o que originou o processo disciplinar.
Apesar da recomendação do Conselho, ainda cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso o parecer avance, a decisão final será submetida ao plenário da Casa.
Parlamentar reage com greve de fome e ocupa plenário
Desde a decisão do Conselho de Ética, Glauber Braga tem mantido uma greve de fome em protesto. O deputado acampou no plenário 5 da Câmara, mesmo local onde seu caso foi avaliado, e afirmou que continuará dormindo no chão e sem se alimentar até que o processo seja decidido em definitivo.
Segundo sua assessoria, Glauber está sob acompanhamento médico constante. Ele passou por exames de sangue e urina, e os primeiros resultados indicam um estado de saúde estável. O deputado está sendo mantido com soro fisiológico, conforme orientação médica. Ele chegou a completar 100 horas de greve, tendo passado o último fim de semana sem se alimentar ou sair do plenário, onde tem dormido no chão.
De acordo com sua equipe, o deputado manterá o protesto como forma de denunciar o que considera uma perseguição política orquestrada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Mesmo afirmando que não encerrará sua greve até que o processo seja pautado na Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não se manifestou sobre o caso, nem definiu quando será votado o processo de cassação.
Em declaração ao portal Poder360, no último domingo (13), a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmou que chegou a conversar com Motta, mas que o paraibano não deu indícios de que haja uma saída para que Braga não perca o mandato.
Apoio de aliados
Glauber Braga recebeu apoio de diversas lideranças políticas e figuras públicas. Entre os que visitaram o parlamentar no plenário estão a ministra Cida Gonçalves (Mulheres), o ministro Sidônio Palmeira (Comunicação Social), a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). O ator Marco Nanini também manifestou solidariedade presencialmente.
A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, classificou o processo como “um flagrante caso de perseguição política” e um “ataque frontal à esquerda”. Para ela, a punição contra Glauber extrapola os limites da legalidade e compromete a liberdade de atuação parlamentar.
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