O deputado federal Capitão Alden (PL-BA), integrante da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, convocou uma audiência pública para discutir o significado das tatuagens no mundo do crime. O evento será realizado na terça-feira (7), às 10h, na Câmara dos Deputados, e tem o objetivo de ampliar o debate sobre simbologias utilizadas por facções criminosas e propor soluções para auxiliar a atuação das forças de segurança.

A audiência contará com especialistas e autoridades em segurança pública, que irão apresentar informações sobre códigos e gestos utilizados por organizações criminosas, além de orientar profissionais da área sobre como identificar e compreender tais sinais. A iniciativa busca fortalecer a capacidade de monitoramento e prevenção em comunidades afetadas pela presença de facções.

Cartilha de Tatuagem e reconhecimento internacional

O deputado Capitão Alden é autor da Cartilha Linguagem Simbólica do Crime – O código secreto das prisões, conhecida como “Cartilha de Tatuagem”. Publicada em 2012, quando ele ainda atuava na Polícia Militar da Bahia, a cartilha segue sendo atualizada e recebeu reconhecimento internacional por oferecer uma análise pioneira sobre a simbologia no universo prisional.

“Tenho certeza que a audiência pública será um sucesso, pois o tema proposto segue muito atual e os participantes do evento trarão contribuições importantes”, afirmou Alden. Ele também alertou que, nos últimos meses, diversos casos foram registrados em que pessoas se tornaram vítimas de organizações criminosas por gestos de mãos interpretados como referência a facções rivais.

“Diversas manchetes da imprensa apresentam jovens morrendo por terem feito gestos com as mãos que foram sentenciados por facções. Além disso, vemos pichações em muros com siglas de grupos criminosos em comunidades por todo o Brasil e isso não pode ser visto com naturalidade”, destaca o parlamentar.

Confira lista de convidados para audiência pública

Entre os convidados estão Adriana Lourenço Pessoa Vessoni, coordenadora-geral de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senappen/MJSP), e Antonio Glautter de Azevedo Morais, diretor de Inteligência Penitenciária da mesma pasta, que atuarão no debate sobre a simbologia das facções criminosas.

O evento também contará com representantes do Ministério Público e da Polícia Federal, como o promotor Fernando Pascoal Lupo, o delegado Geraldo Magela Mendes Menezes Júnior e Laercio Rossetto, delegado-chefe da 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul. Luiz Eduardo Pires Thomaz, coordenador-geral de Inteligência do Sistema Penitenciário Federal, também está entre os convidados.

A participação de especialistas acadêmicos completa a lista de nomes confirmados. Luiz Fábio Silva Paiva, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Rogério Neves, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), devem contribuir com análises sobre aspectos teóricos e socioculturais das tatuagens e sinais utilizados no mundo do crime.

Bahia registra mais de 14 mil prisões entre janeiro e agosto

Entre janeiro e agosto deste ano, a Bahia registrou 14.260 prisões, segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). A média diária chega a 60 capturas, reflexo do aumento das operações policiais e do reforço nas ações de inteligência em todo o estado.

Entre os presos estão homicidas, traficantes, estelionatários, assaltantes e estupradores. Apenas nos últimos cinco dias, as operações Vita, Força Total e Intervenção, conduzidas em conjunto pela SSP, Polícias Militar, Civil, Técnica e Federal, além da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-BA), resultaram na prisão de 158 integrantes de facções.