Caiado ignora pressão, reafirma pré-candidatura à Presidência e mantém evento em Salvador: ‘Estou determinado’

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), confirmou, nesta segunda-feira (24), que lançará sua pré-candidatura à Presidência da República em 4 de abril, durante evento em Salvador. O evento ocorrerá no Centro de Convenções da capital baiana, apesar da pressão de setores do União Brasil para que Caiado desista da disputa.

Aliados do governador afirmam que membros do partido com proximidade ao governo federal defendem que Caiado desista da candidatura, e busque uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, ele reafirmou sua decisão em nota oficial.

“Sei que minha postura de oposição ao governo do PT incomoda aqueles que estão no poder, mas isso não abala minhas convicções. Estou determinado a apresentar uma plataforma de mudança para o Brasil. O debate político e o contraditório são pilares da democracia, e o país não pode adiar uma discussão séria sobre seu futuro“, declarou.

Diante de notícias infundadas que circulam nas últimas horas, reafirmo que o evento de lançamento da minha pré-candidatura à Presidência da República está confirmado para o dia 4 de abril, em Salvador (BA). Na ocasião, além de oficializar minha pré-candidatura, terei o privilégio…

— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) March 24, 2025

Partido teria pressionado

Segundo informações do colunista Igor Gadelha, do portal Metropoles, a cúpula do União Brasil teria tentado convencer Caiado a suspender o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência.

A pressão dentro do partido teria aumentado nos últimos dias, com lideranças discutindo o impacto da candidatura de Caiado. Um dos principais motivos seria o avanço das negociações para uma federação entre União Brasil e PP, que poderia alterar os planos políticos da legenda.

Outro fator envolve a desistência do cantor Gusttavo Lima de concorrer à Presidência, frustrando expectativas de que sua popularidade impulsionaria a campanha do governador.

Mesmo diante das pressões, aliados afirmam que Caiado mantém a decisão de realizar o evento. A primeira-dama Gracinha Caiado, inclusive, esteve recentemente em Salvador para organizar a cerimônia, sinalizando que os preparativos seguem em andamento.

Evento em Salvador e homenagens

Durante o evento, Caiado também receberá o título de “Cidadão Baiano” e a Comenda Dois de Julho, uma das maiores honrarias concedidas pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O reconhecimento ocorre em meio à movimentação do governador para ampliar sua base de apoio no Nordeste.

A cerimônia de lançamento da pré-candidatura inicialmente contaria com a participação do cantor Gusttavo Lima, amigo de longa data de Caiado. “Não é de agora que discutimos política“, afirmou o governador.

Gusttavo Lima descarta candidatura

O nome do sertanejo chegou a ser cogitado para compor a chapa presidencial como vice, mas ele anunciou na semana passada que não pretende ingressar na política.

O governador demonstrou apoio à decisão do cantor. “Independente de ser ou não candidato, o Gusttavo Lima já entrou para a política. É uma pessoa muito querida e se posicionou sobre a necessidade de promover mudança no país, saindo dessa polarização estéril“, declarou Caiado em publicação no X.

Caiado questiona discussão sobre anistia

Na última quinta-feira (20), Caiado afirmou que o debate sobre a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro tem se prolongado de forma excessiva, comprometendo o avanço de outras pautas nacionais consideradas mais urgentes. Em entrevista à CNN Brasil, Caiado destacou a necessidade do Congresso Nacional resolver o tema de forma definitiva.

Caiado, que é um dos nomes da direita cotados para disputar a Presidência da República em 2026, destacou que o assunto já foi abordado por ele em fevereiro de 2024, quando solicitou que a votação ocorresse com celeridade.

“Nós não aguentamos mais este processo que já vão 2 anos e 3 meses”, declarou o governador sobre a discussão da anistia. “E o Brasil, ao invés de se preocupar com temas relevantes do quadro fiscal, da segurança pública, fica numa pauta que já devia ter sido superada há mais tempo”, complementou.

Durante a entrevista, Caiado evitou declarar posição favorável ou contrária ao projeto, concentrando-se na crítica à prioridade dada ao tema no debate político atual.