O secretário de Governo de Salvador e presidente municipal do Progressistas (PP), Cacá Leão, revelou, nesta segunda-feira (12), que já convidou lideranças do PDT para ingressarem na sigla. Entre os nomes mencionados estão a vice-prefeita Ana Paula Matos, o deputado federal Leo Prates, o deputado estadual Emerson Penalva e os vereadores Omarzinho, Roberta Caires, Anderson Ninho e Débora Santana.

A movimentação ocorre após o governador Jerônimo Rodrigues (PT) anunciar a adesão do PDT à base governista. Em entrevista ao programa Boa Tarde Bahia, da Band, Cacá afirmou que os convites foram feitos tanto nos bastidores quanto publicamente.

“Eu disse à vice-prefeita Ana Paula, ao deputado Penalva e aos quatro vereadores do PDT – Omarzinho, Roberta Caires, Anderson Ninho e Débora Santana – que o Progressistas, dentro da Federação União Progressista, está de portas abertas para recebê-los, se esse for o desejo do grupo”, disse.

Diálogo com base governista

Cacá também ressaltou que mantém conversas contínuas com as lideranças que permanecem ao lado da gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil). “Tenho dialogado, ao longo desses últimos dias, com os que ficaram. Tanto a vice-prefeita Ana Paula, que é uma figura extraordinária, já estive com os vereadores do PDT, que permanecerão, também com o deputado Emerson Penalva. Já fiz inclusive o convite ‘no off’ e agora eu vou fazer aqui ‘no on’”, acrescentou.

O diretório baiano do PDT enfrenta um cenário de divisão semelhante ao observado no plano nacional, agravado pela recente reintegração do partido à base do governador Jerônimo. Enquanto a sigla formalizou o retorno ao bloco governista na última semana, uma ala considerada dissidente resiste à decisão e busca manter uma posição de independência política no estado.

Fontes ligadas a esse grupo relataram, sob anonimato, que aguardam uma intervenção da direção nacional para resolver o impasse. Segundo essas lideranças, o presidente licenciado do PDT e ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, já tinha conhecimento da ligação do grupo com o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) quando autorizou a entrada dos aliados do ex-gestor nas fileiras do partido.

Aliados de Neto contestam retorno ao bloco petista

Um dos argumentos apresentados por membros do grupo dissidente é que, em 2022, durante o apoio do PDT a ACM Neto na eleição estadual, algumas lideranças do partido na Bahia foram liberadas para caminhar com o então candidato petista Jerônimo Rodrigues. Isso, segundo eles, evidenciaria uma postura dúbia e justificaria a manutenção de uma linha independente neste novo momento político.

Apesar das resistências, a maioria dos integrantes do PDT baiano defende o alinhamento com o governo estadual. Para esse grupo, a adesão à oposição desde 2020 comprometeu a força política da legenda no estado, e o retorno ao bloco governista abriria caminho para recompor espaços de poder, ampliar a base e fortalecer a sigla para as eleições de 2026.

PDT rompe com governo Lula

Dias após a saída do presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, do Ministério da Previdência Social, a bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu se afastar oficialmente da base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mesmo com o afastamento, a legenda não pretende se alinhar à oposição bolsonarista, nem adotar uma postura sistematicamente contrária ao governo. Segundo deputados, o PDT adotará uma postura de “independência” e poderá votar contra o Palácio do Planalto em pautas consideradas estratégicas para o Executivo.

A medida reflete, em grande parte, o desejo de setores da bancada de desvincular o partido do PT, especialmente em um contexto pré-eleitoral que mira as eleições de 2026. Deputados relataram incômodo com o tratamento recebido pelo governo durante o escândalo no INSS, considerando-o desproporcional à lealdade política demonstrada até então.