O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), saiu em defesa da Lei de Uso e Ordenamento do Solo (Louos) – aprovada, na última quarta-feira (24), na Câmara Municipal de Salvador (CMS) – e classificou como fake news as críticas de que o projeto deixaria espaço para desmatamento e abertura de vias em áreas de preservação ambiental. A declaração foi dada, nesta terça-feira (30), durante a entrega da primeira etapa das obras de requalificação urbana da Avenida Dorival Caymmi, em Itapuã. Segundo o gestor, houve uma distorção proposital das informações com objetivo de gerar repercussão nas redes sociais.

“O que foi feito naquele projeto foi ampliar a área do Parque do Vale Encantado. Essa história de abertura de via é inventada. O projeto que eu enviei está lá, no texto, e fala claramente que não se pode desmatar uma árvore com diâmetro de 15 centímetros”, afirmou ao Portal M!.

Prefeito diz que Louos fortalece proteção ambiental

O prefeito também comentou a indicação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) sobre a lei e reforçou que a medida aprovada fortalece a proteção ambiental. Para ele, as críticas ignoram o conteúdo do texto e se baseiam em interpretações equivocadas.

“A cidade não pode ser refém de narrativas. A Louos é um instrumento fundamental para ordenar o crescimento de Salvador”, disse ao Portal M!.

Prefeito cobra respostas do Estado para crise na segurança

Durante o mesmo evento, Bruno Reis também se posicionou sobre a crise de segurança pública em Salvador, citando os recentes episódios de violência em bairros como São Marcos e o Complexo do Nordeste de Amaralina, além do assassinato de Jonas Santos Machado, conhecido como “Biringa”, assessor do vereador Anderson Ninho (PDT). Para o prefeito, a escalada da violência está diretamente ligada à disputa de facções pelo tráfico de drogas. Segundo ele, a prefeitura tem dado suporte por meio da Guarda Municipal, mas lembrou que a responsabilidade principal é do governo estadual.

“Efetivamente, a responsabilidade é do Estado, e esperamos respostas concretas para esses problemas”, disse ao Portal M!.

O gestor ressaltou que, mesmo sem atribuição constitucional, a Guarda Municipal tem atuado na retirada de barricadas em áreas dominadas pelo crime, assegurando a circulação da população. O gestor municipal ainda frisou que os episódios de violência impactam diretamente o funcionamento da cidade, com suspensão de aulas e paralisação de serviços de saúde e de transporte em algumas regiões.

“As facções não podem controlar a vida dos soteropolitanos. Precisamos de medidas firmes para devolver a tranquilidade às comunidades”, acrescentou.

Hospital Maternidade e da Criança deve ser inaugurado até março de 2026

Bruno Reis aproveitou a ocasião para atualizar o andamento das obras do Hospital Maternidade e da Criança (HMC), na Federação, previsto para ser inaugurado até março de 2026. A unidade será a primeira maternidade municipal da capital e contará com mais de 200 leitos, incluindo enfermarias, UTIs e berçários, além de serviços de urgência em ginecologia, obstetrícia e pediatria.

O hospital está sendo construído a partir da reforma e ampliação do antigo Hospital Salvador, desapropriado pela prefeitura. Segundo o prefeito, faltam apenas adequações internas para habilitar a unidade junto ao governo federal, que deve auxiliar no custeio. Ele disse ainda que existe a possibilidade de antecipar a entrega.

“Assim que a gente concluir essas adequações e a obra decorativa, nós vamos inaugurar a primeira maternidade municipal, o hospital da criança e o hospital que vai fazer cirurgias eletivas nas mulheres”, ressaltou ao Portal M!.

O prefeito também rebateu críticas sobre o financiamento do projeto, lembrando que a obra foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, os recursos serão liberados via operação de crédito da Caixa Econômica Federal, já aprovada pela Câmara.

“É incoerente que a oposição critique um financiamento aprovado pelo próprio governo federal. Essa é uma conquista para Salvador”, defendeu.

Obras de mobilidade devem reduzir engarrafamentos

Outro tema tratado por Bruno Reis foi a mobilidade urbana. Ele anunciou a elaboração de um projeto para reestruturar o trânsito embaixo do viaduto Mário Andreazza, em São Cristóvão, um dos pontos de maior retenção na avenida Paralela.

O prefeito explicou que a obra prevê o alargamento da alça do viaduto, permitindo que os veículos aguardem o acesso sem ocupar a Paralela. Além disso, está prevista a construção de um novo viaduto na entrada do bairro Mussurunga, garantindo acesso direto ao bairro e retorno para a capital.

“Com essas duas intervenções, vamos reduzir os engarrafamentos e melhorar a fluidez para quem vai a Stella Maris, São Cristóvão e Mussurunga”, afirmou.

As obras estão incluídas no pacote de financiamento aprovado pela Câmara e devem ser iniciadas assim que o processo de contratação for concluído. De acordo com o prefeito, a prioridade da gestão é investir em infraestrutura viária para melhorar a mobilidade da cidade.