O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), adotou um tom cauteloso ao comentar em entrevista para o Portal M!, na manhã desta terça-feira (2), sobre as articulações para as eleições de 2026. Ele destacou que a prioridade no momento é a administração da cidade, e não a formação de chapas ou campanhas eleitorais. O gestor ressaltou que só pretende tratar de assuntos partidários no próximo ano, preferencialmente após o Carnaval, mantendo o foco em ações concretas de governo.

Com 28 anos de trajetória na vida pública, Bruno Reis defendeu que campanhas antecipadas tendem a prejudicar gestores, citando sua própria experiência para ilustrar que o foco no trabalho e nas entregas sempre produziu melhores resultados. Segundo ele, agora é hora de trabalhar pelos mais pobres, pelas comunidades mais carentes e pela melhoria da qualidade de vida em Salvador, e não de organizar palanques.

“Gente, política ainda é ano que vem. Eleição ainda é ano que vem. Quem tá fazendo política este ano? Olha, com toda a pouca idade que eu tenho, com apenas 28 anos de vida pública, quem tá pensando em política agora? Fazendo campanha agora, a história mostra que, no ano da eleição, cai do cavalo”, disse Bruno ao Portal M!.

Eleições 2026 ficam para depois do Carnaval, diz prefeito

Bruno Reis reforçou que não há espaço, neste momento, para discussões antecipadas sobre as eleições de 2026. Segundo ele, políticos que iniciam campanhas antes da hora tendem a perder força no ano decisivo. Por isso, prefere seguir a linha que adotou em suas próprias campanhas anteriores: só tratar do tema no ano eleitoral, e ainda assim, apenas após o Carnaval.

“Agora é hora de governar, de fazer entregas, de ajudar as pessoas, trabalhar pelos mais pobres, pelos mais carentes. Então, se depender deste prefeito aqui, a gente só fala sobre eleição, sobre chapa, sobre organização partidária ano que vem e, de preferência, depois do Carnaval”, disse Bruno Reis.

O prefeito afirmou que seu foco atual está voltado inteiramente para a execução de obras, entrega de programas e melhoria da qualidade de vida na capital baiana. Disse ainda que tem como meta fazer um segundo mandato superior ao primeiro em termos de resultados e impacto social. Apesar de admitir que “conversas estão ocorrendo”, ele destacou que elas são normais dentro do ambiente político, mas não alteram sua postura atual. A única movimentação que considerou relevante no momento foi a formação da federação entre o PP e o União Brasil, que se tornou o maior partido do país e deverá ter papel central nas articulações para as eleições estaduais e federais.

“Conversas estão ocorrendo, elas são salutares, a gente está acompanhando as movimentações políticas e, no momento, não descuidamos da política”, disse o gestor.

Declaração de Otto sobre Senado é minimizada por Bruno Reis

Ao ser questionado sobre as declarações do senador Otto Alencar (PSD), que demonstrou insatisfação com a possibilidade de não disputar a reeleição em 2026, Bruno Reis adotou um tom leve e descontraído. Sem entrar diretamente em polêmicas, o prefeito sinalizou que prefere não antecipar tensionamentos dentro do grupo político. Ele evitou comentar qualquer risco de rompimento e, em vez disso, usou uma referência musical para suavizar a resposta, indicando que assuntos como esses devem ser tratados com calma e apenas no tempo certo, reforçando mais uma vez sua posição de não se envolver em articulações eleitorais prematuras.

“Gente, gente… Como é que eu cantava antes? Quando fevereiro chegar, a saudade já não mata a gente. Então, fevereiro vai chegar”, disse Bruno em tom descontraído.

Zoológico de Salvador: Bruno defende manutenção do espaço original

Em outra frente, Bruno Reis comentou a discussão sobre o zoológico de Salvador, tema que voltou à tona após debates na Câmara Municipal. A proposta do governo estadual de transformar a área em um parque de educação socioambiental foi alvo de críticas por parte do prefeito, que defende a manutenção da função original do espaço.

“O leão, a zebra, o elefante produtivo, essa menina não vai ter, e isso foi discutido ontem na Câmara Municipal com os vereadores. O vereador disse que, mais uma vez, a prefeitura pode ter que criar um novo espaço, já que deixou de ter aquela intenção do governo do Estado. Como é que se ouve isso? A única novidade que trouxe foi o esqueleto de um dinossauro”, disse o prefeito ao Portal M!.

Bruno argumenta que a população, especialmente as crianças, prefere o modelo tradicional de zoológico e que essa identidade deve ser preservada. Para ele, seria mais apropriado criar novos parques educativos em áreas atualmente subutilizadas ou abandonadas pelo Estado, como o Parque Metropolitano de Pituaçu e o Parque do Abaeté.

“Zoológico é zoológico, parque de educação socioambiental é parque de educação socioambiental. Eu não tenho dúvidas de que, se eu fizer uma enquete com as crianças, a grande maioria, senão unanimidade, vai preferir o formato anterior. Eu não tenho dúvidas”, afirmou o prefeito.

O prefeito também citou exemplos de iniciativas já realizadas pela gestão municipal em espaços como o Jardim Botânico e o Parque da Cidade, além de projetos futuros em bairros como Canabrava, Mata Escura e Jardim Pitanga. Ele frisou que não é contra os parques socioambientais, mas acredita que zoológico e parque educativo cumprem funções diferentes e, por isso, não devem ser confundidos.

“Então, a minha opinião é que o zoológico devia continuar como zoológico e poderia pegar parques que estão abandonados pelo Estado, como o Parque Metropolitano de Pituaçu, como o Parque do Abaeté, e aí se transformar em parques socioeducativos, que são importantes, que eu defendo que tenha”, concluiu o gestor.