Bruno Reis critica possível chapa do PT para 2026: ‘uma hora o povo cansa’

O prefeito reeleito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), comentou, na manhã desta terça-feira (3), sobre a possibilidade de o PT formar uma chapa para as eleições de 2026 com Jerônimo Rodrigues à reeleição para o governo do Estado, e Rui Costa e Jaques Wagner para o Senado. Em entrevista ao Portal M!, durante a entrega do novo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), no Centro Histórico, o prefeito ironizou a repetição de nomes do partido no cenário político da Bahia.

“Eu, pela minha pouca experiência política, a gente já viu no passado que já sofremos uma fadiga de material. São sempre as mesmas caras, os mesmos nomes, uma hora o povo cansa. Eu quero lembrar que, em 1986, a Bahia mudou de rumo. Depois de 20 anos, em 2006, mudou novamente. Quem sabe agora em 2026, depois de 20 anos, a história não se repete”, disparou o prefeito.

A chapa “puro sangue” do PT foi idealizada pelo presidente estadual do partido, Éden Valadares, que confirmou o desejo de ter o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como candidato ao Senado em 2026 ao lado do atual senador Jaques Wagner que vai disputar a reeleição. No entanto, a proposta gerou tensões internas, especialmente com o senador Angelo Coronel (PSD-BA), que se considera o candidato “natural” à reeleição.

Disputa na presidência da AL-BA

Ainda na entrevista ao Portal M!, Bruno Reis também comentou sobre a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O prefeito disse não estar acompanhando os desdobramentos das candidaturas, mas reconheceu as “credenciais” do deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos). Apesar de elogiar o deputado e reafirmar sua proximidade com a Igreja Assembleia de Deus, o prefeito optou por não declarar apoio direto à candidatura do aliado e pontuou que “a escolha deve ser dos deputados”.

“Samuel Júnior é um amigo, preenche todos os requisitos, me apoiou nas duas últimas eleições, apoiou ACM Neto. É vinculado à Igreja Assembleia de Deus, porque nós temos uma forte relação com nosso líder religioso e político, pastor Valdemiro. Então, tem todas as credenciais para ser o escolhido, mas essa é uma escolha dos deputados. E eles lá têm a lógica deles, as dinâmicas, os rodízios, os critérios. E a decisão que eles tomarem, eu estou aqui para abençoar”, acrescentou o prefeito, que também já foi deputado estadual.

Possível saída de Elmar Nascimento do União Brasil

Outro tema abordado foi a possível saída do deputado federal Elmar Nascimento (UB-BA) do União Brasil. Há rumores de que o parlamentar estaria considerando ingressar em um partido mais alinhado ao governo Lula. O senador Jaques Wagner, inclusive, destacou que o parlamentar seria “bem-vindo”. Sobre isso, Bruno Reis reforçou sua defesa pela permanência do atual líder na Câmara dos Deputados no partido, assim como fez nesta última segunda-feira (2).

“Não creio, não creio [na saída do UB]. Elmar está aí há 20 anos com a gente resistindo na oposição, fazendo oposição de alto nível, combativa, porém, coerente, contando os problemas. Temos uma relação histórica e espero que as consequências das decisões em Brasília, que nada tem a ver aqui com a Bahia, possa impactar nas nossas relações”, concluiu Bruno Reis.

Impacto político em 2026

As declarações de Bruno Reis refletem o clima de polarização que deve marcar as próximas eleições, tanto no âmbito estadual quanto nacional. Com críticas às estratégias do PT e foco em alianças locais, o prefeito busca consolidar sua liderança política e ampliar sua influência nos cenários baiano e brasileiro.