Bruno Reis rebate Wagner, diz que PT não entregou obras estruturantes e aponta falta de ‘capacidade e competência’

Prefeito de Salvador enfatizou que PT governou a Bahia por quatro mandatos consecutivos e contou com o apoio do mesmo partido no governo federal


Redação
Redação 05/06/2025 15:29 • Política
Bruno Reis rebate Wagner, diz que PT não entregou obras estruturantes e aponta falta de ‘capacidade e competência’ - Betto Jr./PMS

O prefeito Bruno Reis (União Brasil), voltou a criticar, nesta quinta-feira (5), o governo do Estado da Bahia ao apontar o não cumprimento de três promessas emblemáticas feitas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) desde que assumiu o comando do Executivo baiano em 2007. Segundo ele, mesmo após duas décadas à frente da administração estadual, o PT ainda não entregou projetos estruturantes como a Ponte Salvador-Itaparica, o Porto Sul, em Ilhéus, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

Essas obras foram apresentadas como prioridades desde o primeiro mandato do ex-governador e atual senador, Jaques Wagner, em 2006, e mantidas nas gestões subsequentes. No entanto, segundo o prefeito, a população ainda não teve acesso a resultados concretos.

Ele também enfatizou que, ao longo desse período, o PT governou a Bahia por quatro mandatos consecutivos e contou com o apoio do mesmo partido no governo federal em grande parte do tempo.

“Aí eu pergunto: 20 anos é tempo suficiente para executar esses projetos? É claro que é. Então, o que falta? Capacidade e competência”, afirmou o prefeito.

A declaração de Bruno Reis foi uma resposta ao senador Jaques Wagner, que afirmou nesta quinta (5), que uma obra dessa magnitude “demora mesmo”. Nesta quarta-feira (4), o Governo do Estado e o Consórcio da Ponte Salvador-Itaparica firmaram um novo acordo elevando o custo da ponte de R$ 7 bilhões para R$ 10 bilhões.

“Uma obra de 12 quilômetros com tecnologia moderna, em água com um calado muito alto, que tem lugar da baía que tem mais de 25 metros de profundidade, você exige muita tecnologia. Então é uma obra de bilhões que demora mesmo a ser feita”, alegou o senador.

Projetos sem execução consolidada

De acordo com a avaliação do prefeito, apesar de anúncios e fases iniciais, nenhuma das três obras avançou significativamente. A Fiol, que chegou a ter trechos iniciados, encontra-se com as obras paralisadas. Já o Porto Sul, previsto como um marco logístico para o escoamento de produção via litoral sul baiano, permanece sem estrutura física visível nem mesmo fundações ou pilares foram erguidos.

No caso da Ponte Salvador-Itaparica, considerada uma das maiores obras de mobilidade e desenvolvimento regional previstas para o estado, o prefeito destaca que o projeto ainda está em fase de sondagens geotécnicas. Estudos recentes apontaram a necessidade de adaptações técnicas por conta das características das rochas submarinas na área, o que deve gerar mudanças no projeto executivo e aditivos contratuais.

“A ferrovia começou as obras, e agora estão aí, paralisadas. O Porto Sul não tem uma alvenaria construída, um pilar, uma base de concreto. E a ponte, até agora, o que tem é sondagem. Que, inclusive, apontou que as rochas abaixo do mar são maleáveis e terão que fazer reajustes no projeto, ou seja, aditivos”, afirmou.

O prefeito ressaltou ser a favor das obras, mas enfatizou que as “três principais promessas do PT” ainda não foram entregues. “Sou a favor da ponte, a favor do Porto Sul, a favor da Fiol, de todas as obras que o governo realiza em Salvador. Mas, efetivamente, as três principais promessas do PT, depois de 20 anos, não foram entregues”, disse o prefeito.

Comparação com gestão municipal e abordagem sobre viabilidade

Ao rebater argumentos sobre a dependência de apoio federal para a execução de grandes obras, o prefeito de Salvador citou o próprio desempenho à frente da capital baiana. Mesmo sem apoio direto do governo estadual ou federal durante seu mandato, ele ressaltou a transformação urbana da cidade, com a realização de projetos de infraestrutura de grande impacto.

Bruno Reis defendeu ainda uma postura mais cautelosa na divulgação de obras públicas. Segundo ele, sua gestão opta por anunciar projetos apenas quando estão em estágio avançado de planejamento, com estudos de viabilidade técnica e financiamento garantido. Isso evitaria, segundo o prefeito, gerar expectativas irreais na população, como ocorre em iniciativas que são publicizadas ainda na fase de licitação de projeto ou de estudo preliminar.

“Vocês nunca me viram convocar imprensa para assinar ordem para a licitação do projeto. Por que? Porque pode ser que o projeto indique que a obra não é viável, por exemplo”, disse Bruno.

Críticas a novos anúncios e defesa de planejamento técnico

A avaliação do prefeito também se estendeu a anúncios recentes feitos pelo governo estadual, como a possível extensão do metrô até o Campo Grande e um projeto de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Salvador e Alagoinhas. Para ele, essas iniciativas ainda carecem de estudos, traçados definidos e garantias de viabilidade, sendo lançadas em meio a um cenário de queda de popularidade do governo estadual.

“Com todo respeito, e quero, e torço muito, mas o Governo do Estado está chamando a imprensa para lançar uma licitação para levar o metrô até o Campo Grande. Uma obra importantíssima, mas antes tinha que executar o projeto, ter certeza de que é viável, ter mais ou menos uma estimativa do valor, e só depois criar a expectativa nas pessoas”, afirmou o gestor.

Obras em Salvador como exemplo de gestão por resultados

Como contraste, Bruno Reis destacou obras executadas pela Prefeitura de Salvador que seguiram uma lógica de planejamento e execução. Ele citou o exemplo do atual Centro de Convenções de Salvador, inaugurado em sua gestão anterior, e o novo equipamento que será construído na região do Centro Histórico, abaixo da Praça Municipal.

O projeto já passa por sondagens técnicas, tem o financiamento em fase de aprovação junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), e só será anunciado oficialmente para início de obras após a conclusão dessa etapa.

“E aí a imprensa será chamada para a assinatura da ordem de serviço para início das obras. Sem prazos, sem datas, porque isso a gente estabelece depois que começa a obra. Por isso que as pessoas compreendem as nossas diferenças: enquanto eles vendem sonhos, a gente faz entrega, entrega, entrega e entrega”, concluiu Bruno.

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