Bruno Reis acusa APLB de descumprir acordo e agir com viés político em impasse sobre reajuste dos professores
Prefeito de Salvador criticou postura do coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira, após adiamento da votação do plano de carreira na CMS
Equipe M!
O debate sobre o reajuste salarial dos professores da rede municipal de Salvador voltou ao centro da cena política. O prefeito Bruno Reis (União Brasil) acusou, na manhã desta quinta-feira (25), a direção da APLB Sindicato de romper um acordo previamente firmado e de agir “por influência política e partidária”.
A declaração foi feita durante evento no Palácio Thomé de Souza, onde a gestão anunciava a programação natalina da capital. A tensão aumentou após o adiamento da votação do plano de carreira do magistério, prevista para esta última quarta-feira (24), que foi retirada de pauta na Câmara Municipal de Salvador (CMS) depois que o coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira, cobrou a inclusão de emendas consideradas essenciais pela categoria.
“O acordo está aí assinado, distribuído para todos, após a oposição concordar e da anuência da Câmara, com emendas que nós apontamos. Não há justificativa. Se há esse descumprimento é por parte da APLB estadual, por influência política ou partidária”, disse o prefeito nesta quinta-feira (25), durante evento no Palácio Thomé de Souza para anunciar a programação de Natal na capital baiana.
Bruno Reis fala em quebra de compromisso
Bruno Reis também criticou a postura do coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira, que teria entrado no processo apenas na reta final, pedindo o adiamento da votação.
“O presidente da APLB estadual em nenhum momento participou das negociações de um projeto que já foi encaminhado à Câmara há quase dois meses. Depois, chega e pede para não votar, dizendo que não haveria acordo. O que nós nos comprometemos está totalmente cumprido”, afirmou.
O prefeito relembrou ainda a greve de 75 dias deflagrada em maio deste ano, declarada ilegal pela Justiça, e classificou a atitude do sindicato como “irresponsável”.
“Se não há um cumprimento de acordo, é por parte da APLB estadual, que já levou esse ano para uma greve irresponsável de 75 dias (sic), sem qualquer justificativa”, completou.
Secretário reforça críticas ao sindicato
Um dia antes, o secretário municipal da Educação, Thiago Dantas, já havia manifestado descontentamento com a postura da entidade, cobrando o respeito ao acordo previamente assinado. Para ele, a quebra de compromisso compromete não apenas a gestão, mas também a própria categoria, que aguarda a aprovação do projeto.
“Houve diálogo, houve negociação, houve assinatura de acordo. Tudo estava pronto para a votação. Mas, de maneira irresponsável, a APLB voltou atrás, descumpriu o que já havia sido firmado e agora ainda ameaça paralisar novamente as atividades”, disse Dantas.
O secretário ainda questionou a atuação de Rui Oliveira, acusando-o de agir em desacordo com os interesses dos professores. “Rui Oliveira precisa explicar essa postura. Ele está a serviço de quem? Rui precisa responder isso, se ele está a serviço dos interesses dos professores, porque esse tipo de postura demonstra o contrário”, afirmou.
Dantas lembrou que o plano contempla gratificações e novos fluxos de vagas, permitindo avanços na carreira docente. Ele disse que a Prefeitura manteve o diálogo aberto em todas as etapas, mas que não é possível aceitar mudanças após o acordo estar consolidado.
Sindicato fala em falta de transparência
A APLB, por sua vez, sustenta que não houve quebra de acordo, mas falta de transparência no processo. Rui Oliveira justificou o pedido de adiamento da votação afirmando que emendas consideradas fundamentais foram rejeitadas e que o texto final do projeto não foi disponibilizado à categoria.
“Nós saímos de uma reunião com a expectativa de que tudo estava encaminhado, mas, no final, o projeto chegou alterado, sem que tivéssemos acesso ao texto atualizado. Isso demonstra falta de respeito com os professores e com o sindicato que representa a categoria”, declarou o coordenador.
Ele também rebateu as críticas da Prefeitura, afirmando que o sindicato busca apenas assegurar os direitos dos docentes. “Não estamos aqui para criar obstáculos, mas para garantir que os direitos da categoria sejam preservados. Entre as emendas rejeitadas estão a que assegura que não haja perdas para os aposentados e a que garante a linearidade do reajuste para todos os profissionais da educação”, destacou.
Futuro indefinido
Sem consenso, a votação do plano de carreira do magistério segue indefinida na Câmara. Enquanto a Prefeitura acusa a entidade de descumprir o acordo e agir por interesses políticos, a APLB reforça que a categoria não aceitará perdas salariais. A disputa mantém em aberto o futuro do reajuste, reacendendo a tensão entre gestão municipal e sindicato meses após a longa paralisação de 2024.
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