Bolsonaro reafirma candidatura em 2026 e diz ter apoio de partidos para anistia
Declaração ocorreu durante evento ao lado de Tarcísio de Freitas, que tem sido cogitado como alternativa para concorrer ao Planalto

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou, nesta terça-feira (11), sua intenção de disputar a Presidência em 2026, apesar de estar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração ocorreu durante evento em São Paulo ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem sido cogitado como alternativa para concorrer ao Planalto.
Em 2023, por maioria de votos, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a inelegibilidade do ex-presidente por oito anos, contados a partir das Eleições 2022. Segundo o Tribunal, ficou reconhecida a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros. Walter Braga Netto, que compôs a chapa de Bolsonaro à reeleição, foi excluído da sanção, pois não ficou demonstrada sua responsabilidade na conduta.
Tarcísio endossou Bolsonaro, referindo-se a ele como “meu candidato” e confirmou presença em um ato convocado pelo ex-presidente no Rio de Janeiro.
“Eu não aparecer como candidato [na urna] é uma negação à democracia“, afirmou Bolsonaro, questionando sua inelegibilidade. “Qual foi o crime cometido? Reunião com embaixadores? Tenha santa paciência“, acrescentou.
Tarcísio, ao ser perguntado se concordava com a afirmação, respondeu afirmativamente. Bolsonaro evitou indicar um nome para 2026, mas elogiou o governador paulista e afirmou que ele “é uma grande promessa para o futuro“.
Bolsonaro critica inelegibilidade e investigações
O ex-presidente voltou a criticar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que o acusa de participação em uma tentativa de golpe em 2022. Ele chamou a acusação de “narrativa” e negou envolvimento.
Bolsonaro também questionou sua inelegibilidade, afirmando que a escolha de candidatos não deveria estar nas mãos do Judiciário. “Não me querem disputando, porque, se eu disputar, eu levo“, disse, voltando a criticar o sistema eleitoral.
Bolsonaro também abordou a manifestação que organizou para domingo (16) no Rio de Janeiro, dizendo que o ato será pelo “país e pela liberdade dos reféns de 8 de janeiro“.
Ele demonstrou otimismo com a possibilidade de aprovação, pelo Congresso Nacional, de um projeto de lei para conceder anistia aos condenados pelos atos de depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.
“Essa injustiça, se Deus quiser, vai ser desfeita brevemente, porque quase todos os partidos de centro para a direita aceitaram votar o projeto da anistia do deputado Valadares [Rodrigo Valadares (União-SE)]“.
“Por enquanto, eu sou candidato”, complementou o ex-presidente.
Evento empresarial e motociatas
Durante o evento, Bolsonaro apresentou um capacete feito de grafeno, produzido por uma empresa da qual ele e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) são sócios. O ex-presidente defende investimentos no material desde sua gestão. Flávio esteve presente no lançamento, ao lado do vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), e deputados aliados.
Bolsonaro foi acompanhado por apoiadores durante o evento e ouviu gritos de “volta, presidente” e “Lula ladrão“. Tarcísio publicou um vídeo com Bolsonaro em suas redes sociais, chamando-o de “mito” e mencionando a utilização do novo capacete em futuras motociatas.
“É sempre um prazer estar ao lado do mito! E o motivo hoje é pra falar que na próxima motociata teremos capacete novo! Certo, Jair Bolsonaro?“, escreveu o governador.
Os dois já participaram de diversas motociatas durante o governo Bolsonaro sem utilizar capacete, item obrigatório por lei. A expectativa era que Bolsonaro pernoitasse no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador de São Paulo, como costuma fazer quando tem compromissos na capital paulista.
Outro candidato ‘só depois de morto’
Na última semana, o ex-presidente afirmou que, caso não participe das eleições presidenciais de 2026, só indicaria outro candidato “depois de morto“. Bolsonaro ainda declarou à imprensa, que sua ausência nas próximas eleições “é uma negação à democracia“.
Ele acrescentou que, se tivesse um motivo justo para isso, “nem estaria falando com vocês aqui, arrumaria uma maneira de fugir“. Em relação ao impacto de sua ausência para a direita, o ex-presidente não vê nenhum prejuízo, afirmando que diversos partidos têm capacidade de lançar nomes próprios para a disputa presidencial.
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