Bolsonaro aposta em apoio de Trump para possível retorno ao poder

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afastado da política até 2030 por decisão judicial, revelou em entrevista ao The Wall Street Journal que deposita esperanças na reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos para viabilizar seu retorno à política brasileira. Bolsonaro acredita que Trump poderia exercer pressão internacional, incluindo sanções econômicas contra o governo d presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com impacto direto sobre a dinâmica política do país.

O ex-presidente, que enfrenta acusações criminais relacionadas a uma suposta tentativa de golpe, considera a vitória do republicano uma oportunidade para fortalecer a direita na América Latina. “Trump está de volta, e é um sinal de que nós também voltaremos”, afirmou.

Bolsonaro também afirmou que que ele e seu filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mantêm contato com o governo americano eleito desde o pleito de 5 de novembro. Em tom descontraído, ele também mencionou ter acompanhado de perto a vitória de Trump. “Fiquei acordado a noite toda torcendo pelo ‘Laranjão’. É hora do MAAGA – Make All Americas Great Again”. O ex-presidente exibiu ainda um livro autografado por Trump com a dedicatória: “Jair – You are GREAT” (Jair – você é ótimo).

Apesar da inelegibilidade até 2030, Bolsonaro sinalizou a intenção de registrar sua candidatura antes das eleições de 2026, apostando que eventuais manobras jurídicas e a pressão política de Trump poderiam adiar o cumprimento da decisão judicial. “Contanto que o tribunal eleitoral não recuse meu registro, ele é válido. Eles podem simplesmente adiar o máximo possível… até a eleição acabar”, afirmou.

Questionado sobre o tipo de apoio que espera de Trump, Bolsonaro mencionou as sanções americanas contra o petróleo venezuelano como exemplo. Segundo ele, ambos já discutiram estratégias para pressionar regimes de esquerda na América Latina, incluindo a Venezuela.

O governo Lula não comentou as declarações de Bolsonaro. Representantes do ministro Alexandre de Moraes e do futuro governo Trump também não se manifestaram.