O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), marcado para acontecer nesta quarta-feira (7), levará manifestantes bolsonaristas à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, pela primeira vez desde os ataques de 8 de janeiro de 2023. A manifestação será em prol do Projeto de Lei (PL) da Anistia, mas a participação do ex-presidente ainda é incerta, já que teve alta há pouco tempo após cirurgia.

Com expectativa de reunir entre 2,5 mil e 5 mil pessoas, o evento contará com esquema especial de segurança e restrições de acesso nas imediações do Congresso Nacional. A mobilização está prevista para começar às 16h, com concentração na Torre de TV de Brasília. De lá, os manifestantes devem marchar por aproximadamente 3 quilômetros até a Avenida José Sarney, onde serão posicionados gradis que impedirão o avanço até os prédios dos Três Poderes. A barreira será montada entre o Ministério da Justiça e o Palácio do Itamaraty, a uma distância estratégica do Congresso.

Congresso Nacional será isolado por segurança

Diante do histórico recente de ataques às instituições, o acesso ao Congresso Nacional será bloqueado preventivamente. A medida visa garantir a integridade dos prédios públicos e evitar qualquer tipo de invasão.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informou que os manifestantes ocuparão três das seis faixas do Eixo Monumental e da Esplanada dos Ministérios. Duas dessas faixas serão destinadas aos participantes do ato, enquanto a terceira ficará reservada exclusivamente para viaturas da Polícia Militar do DF. As outras três permanecerão liberadas para o tráfego de veículos. O policiamento será reforçado em todo o perímetro, com o apoio de drones, câmeras de segurança e patrulhamento ostensivo.

O deputado distrital Thiago Manzoni (PL), que participou de reunião com as autoridades locais, afirmou que houve um pedido formal da SSP-DF para que os organizadores colaborem com o cumprimento das normas estabelecidas. “O principal pedido foi que se respeitem as faixas destinadas ao ato e que os manifestantes atendam às orientações das forças de segurança”, declarou.

Malafaia coordena organização e afirma que haverá trio elétrico

Responsável por outras manifestações convocadas por Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia lidera novamente a organização do evento. Em entrevista, ele confirmou que haverá um trio elétrico à frente da caminhada e o ato será monitorado pelos próprios participantes, por meio de gravações.

“Vai ter um trio elétrico e vem quem quiser. Vamos fazer uma caminhada pacífica até o Congresso Nacional”, afirmou Malafaia.

Bolsonaro deve evitar comparecimento por recomendação médica

Apesar da expectativa de seus apoiadores, a presença de Bolsonaro ainda é incerta. O ex-presidente recebeu, no domingo (4), alta hospitalar, após 22 dias internado devido a uma cirurgia intestinal. Segundo a equipe médica, ele foi orientado a evitar aglomerações por conta do risco de infecção durante a recuperação. Mesmo assim, Bolsonaro sinalizou a intenção de participar ao menos simbolicamente do evento.

Na saída do hospital, o ex-presidente também comentou o debate no Congresso sobre a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.

“O que mais dói no coração da gente são pessoas inocentes com até 17 anos de cadeia, quando a esquerda já foi perdoada”, declarou Bolsonaro.

A convocação do ato coincide com a articulação de um projeto alternativo de anistia pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A proposta prevê a redução de penas para os envolvidos nos atos do 8 de Janeiro, mas endurece as punições para os articuladores da tentativa de golpe.