Bancada do PT reclama de quebra de confiança após votação que encarece energia elétrica
Petistas relataram surpresa com a condução da sessão e disseram ter sido orientados a votar favoravelmente sem saber que os trechos em questão poderiam provocar impacto direto na tarifa energética

A bancada do PT manifestou, nos bastidores, incômodo com o governo federal após a derrubada de vetos presidenciais em uma votação no Congresso Nacional que pode resultar no aumento da conta de luz. Petistas relataram surpresa com a condução da sessão e disseram ter sido orientados a votar favoravelmente sem saber que os trechos em questão poderiam provocar impacto direto na tarifa energética, o que gerou repercussão negativa junto à opinião pública.
A votação conjunta entre Câmara e Senado ocorreu na última terça-feira (17), em sessão típica do Congresso Nacional para análise de vetos presidenciais e matérias orçamentárias. Nesse modelo, são apreciados diversos temas simultaneamente, o que, segundo parlamentares, exige alinhamento prévio entre os líderes para que as bancadas saibam exatamente o que estão votando.
Surpresa
De acordo com relatos de lideranças petistas ao site Metrópoles, a orientação de voto partiu do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que teria encaminhado o apoio à derrubada de quatro vetos da chamada “Lei das Eólicas Offshore”. Esses trechos, inseridos na proposta original por meio de jabutis — itens estranhos ao texto principal —, obrigam o governo a contratar energia de fontes específicas como pequenas centrais hidrelétricas, térmicas a gás e eólicas localizadas na Região Sul, mesmo sem necessidade comprovada.
A movimentação surpreendeu a bancada do PT, que não esperava a retomada de itens vetados por Lula. As negociações foram conduzidas sob pressão de lideranças do Centrão, que ameaçaram derrubar todos os vetos se ao menos quatro deles não fossem pautados. O presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), atendeu à demanda e colocou os trechos em votação, pegando o Planalto de surpresa.
Insatisfação
Nos bastidores, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (ministra das Relações Institucionais), tentou retirar os vetos da pauta, mas não teve sucesso. Como forma de compensar o estrago político e conter os efeitos tarifários, o governo decidiu editar uma Medida Provisória (MP) que deve ser publicada ainda neste mês de junho. A proposta será elaborada em conjunto com o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e deve impedir o repasse do custo adicional aos consumidores já nas contas de luz de julho.
A insatisfação do PT, porém, não está apenas no conteúdo da proposta, mas no processo de articulação. Deputados se queixam da falta de comunicação entre a liderança do governo e a bancada, especialmente em votações complexas como as do Congresso Nacional. O episódio, segundo aliados, gerou ruído interno e foi interpretado como uma quebra de confiança entre o Planalto e sua base mais fiel.
Centrão privilegiado
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou, nos últimos dias, a liberação de emendas parlamentares como parte de uma estratégia para consolidar apoio no Congresso Nacional. Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), entre os dias 12 e 18 de junho, os maiores valores empenhados foram destinados ao PSD, com R\$ 95,2 milhões, e ao União Brasil, com R\$ 83,3 milhões — juntos, os dois partidos concentraram R\$ 191,7 milhões.
O PT, partido do presidente, ficou em terceiro lugar no ranking de liberação de recursos no período, com R\$ 80,1 milhões empenhados recentemente e um total de R\$ 93,5 milhões ao longo de 2025.
No geral, as legendas que controlam ministérios foram as mais beneficiadas, respondendo por R\$ 517,3 milhões em empenhos, o que representa 75,7% de todos os recursos distribuídos no intervalo analisado.
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