Anielle Franco aciona Conselho do PT contra prefeito que defendeu inocência dos irmãos Brazão
No ofício, Anielle acusa Quaquá de agir de forma ‘antiética’ e de comprometer os valores fundamentais do partido

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, formalizou uma representação contra o vice-presidente do PT, Washington Quaquá. O prefeito de Maricá (RJ) foi alvo de críticas após publicar uma foto com a família Brazão, citando sua crença na inocência dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente mandarem matar Marielle e o motorista Anderson Gomes. A denúncia foi protocolada no Conselho de Ética do PT na quarta-feira (15).
No ofício, Anielle acusa Quaquá de agir de forma “antiética” e de comprometer os valores fundamentais do partido. A ministra também aponta que as declarações do dirigente partidário descredibilizam a luta das famílias das vítimas e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em janeiro de 2023, ao assumir o Ministério da Justiça, Flávio Dino afirmou que a resolução do caso Marielle seria uma “questão de honra”, e a investigação foi federalizada. O inquérito foi concluído em março de 2024, mas Quaquá contestou o resultado, que apontou grilagem de terras como motivação para o crime.
Após a publicação da foto, Anielle reagiu afirmando que um dirigente do PT estava usando o nome de sua irmã de maneira “repugnante“. Quaquá, por sua vez, continuou defendendo a inocência dos irmãos Brazão e sugeriu que “juristas sérios” reavaliassem o processo, associando a família Bolsonaro ao caso sem apresentar evidências.
Em entrevista ao Estadão, o prefeito afirmou que a ligação entre o delator e a família Bolsonaro deveria ser investigada. Contudo, a Polícia Federal descartou qualquer envolvimento da família Bolsonaro no crime, identificando o caso como resultado de uma disputa por terras entre milicianos ligados aos Brazão.
A situação causou divisões internas no PT sobre a postura a ser tomada em relação a Quaquá. Enquanto uma ala defende sua expulsão do partido, outra sugere que o afastamento do prefeito da vice-presidência seria uma solução suficiente. O trâmite no Conselho de Ética pode ser demorado, e a decisão final dependerá da executiva nacional, que passará por renovação interna em julho.
Quaquá defende irmãos Brazão
Na quinta-feira (9), Washington Quaquá fez uma defesa pública dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, réus no assassinato de Marielle Franco. Em publicação nas redes sociais, ele alegou que os dois foram usados como “bucha de canhão” e questionou as provas contra eles no caso da execução da vereadora.

A postagem, acompanhada de uma foto do político com familiares dos réus, incluiu uma especulação sem provas sobre a possível ligação dos executores do crime com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As declarações geraram reações imediatas, especialmente de Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial. Sem citar diretamente Quaquá, Anielle reagiu chamando a postagem de “inacreditável” e destacou que o prefeito utilizava o nome da irmã de forma “repugnante”. A ministra já havia anunciado que levaria o caso à Comissão de Ética do PT, considerando as declarações incompatíveis com a postura do governo e do partido.
Investigação da PF
A investigação da Polícia Federal, concluída em 2024, indicou que Domingos e Chiquinho Brazão foram os mandantes do assassinato de Marielle e de Anderson Gomes, ocorrido em 2018. Os dois réus estão presos desde março de 2024 e são acusados de homicídio qualificado e tentativa de homicídio. A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que a execução foi uma resposta a atuações de Marielle contra um esquema de milícias na Zona Oeste do Rio.
Anielle Franco, em suas redes sociais, afirmou que sua família ainda sofre com a perda e luta por justiça. Ela fez um apelo para que o nome de sua irmã não fosse mais usado de maneira desrespeitosa. “Minha família e a de Anderson ainda choram todos os dias pelas nossas perdas”, escreveu a ministra, reforçando a importância da luta pela verdade.
Em seu pronunciamento, Quaquá respondeu às críticas dizendo que não precisava “usar a morte de ninguém para fazer política” e se colocou como defensor da justiça. “Eu só brigo por justiça. Ninguém pode ser condenado sem provas”, afirmou. O prefeito também criticou aqueles que, segundo ele, se beneficiaram da morte de Marielle para ganhar notoriedade política.
Ele reafirmou que “existem provas concretas e cabais” para identificar os responsáveis pelo assassinato, mas reiterou que considera a necessidade de uma análise cuidadosa dos processos judiciais antes de chegar a qualquer condenação. Ele pediu que a esquerda “aprenda a ler o processo” e evite condenações sem evidências claras.
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