Alexandre de Moraes impõe prazo para PGR explicar apreensão de celular de perito

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu cinco dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido de Eduardo Tagliaferro, perito computacional, que busca anular a apreensão de seu celular. A decisão poderia impedir o uso de possíveis provas encontradas no aparelho.

O celular de Tagliaferro foi confiscado durante um inquérito que investiga o vazamento de mensagens de auxiliares do gabinete de Moraes, no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relacionadas a investigações sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Tagliaferro, que já chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, teve seu aparelho apreendido durante depoimento à Polícia Federal.

Moraes justificou a apreensão afirmando que a perícia no celular é fundamental para o esclarecimento dos fatos. “Não há outra diligência adequada à completa elucidação dos fatos”, afirmou o ministro. A defesa de Tagliaferro alega arbitrariedade na apreensão, argumentando que ele foi ouvido como testemunha, e pede a devolução imediata do dispositivo.

A defesa já havia tentado um recurso anterior, que foi negado por Moraes, que considerou o pedido “confuso, sem fundamentação e absolutamente impertinente”. A investigação sobre o vazamento das mensagens está associada ao inquérito das fake news, que apura ataques e ameaças aos ministros do STF.

O aparelho confiscado pela Polícia Federal não é o mesmo que esteve na posse da Polícia Civil de São Paulo em 2023, durante uma ocorrência de violência doméstica envolvendo Tagliaferro. O perito nega envolvimento no vazamento das mensagens e declarou que não tem “relação alguma” com a divulgação das conversas.

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