O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou, neste domingo (11), que representará o Brasil na missa de entronização do papa Leão XIV, no próximo domingo (18), no Vaticano. A cerimônia marca oficialmente o início do pontificado do novo líder da Igreja Católica e deve contar com a presença de fiéis de todo o mundo e chefes de Estado. A indicação para a missão diplomática foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atualmente em viagem oficial à Rússia.

“Será uma honra representar o governo e o povo brasileiro na posse do nosso pontífice, Leão XIV. O Brasil é o maior país católico do mundo”, disse Alckmin.

O vice-presidente esteve presente na 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), em São Paulo. Segundo o presidente em exercício, Lula ainda não o comunicou oficialmente, mas ele soube da indicação por meio da imprensa. As informações são da Agência Brasil.

Novo pontífice é norte-americano e atuou por décadas na América do Sul

O papa Leão XIV foi eleito na última semana, após a morte do papa Francisco e a realização do conclave. Ele é o primeiro pontífice norte-americano da história, com uma trajetória pastoral marcada pela atuação missionária por mais de 30 anos no Peru. Sua eleição foi considerada um gesto simbólico em favor da América Latina e da aproximação com a periferia global.

Católico praticante, Alckmin afirmou que o novo papa representa esperança para os povos latino-americanos.

“Estamos muito felizes, todos os latino-americanos. O papa dará continuidade ao trabalho do papa Francisco”, declarou.

Ele também destacou a importância simbólica da escolha do nome Leão XIV, em referência ao papa Leão XIII, responsável por estabelecer as bases da doutrina social da Igreja com a encíclica Rerum Novarum, publicada em 1891. “Tenho certeza de que o papa Leão XIV será um papa contemporâneo, do nosso tempo. Já a primeira mensagem dele foi a paz. Acho que ele vai ter um papel importante no diálogo”, completou Alckmin.

Missa de posse será realizada no próximo domingo

O Vaticano confirmou que a missa de posse, também chamada de missa de entronização, será celebrada no próximo domingo (18), às 5h (horário de Brasília), na Praça de São Pedro, em Roma. A cerimônia marca o início oficial do pontificado e será seguida de uma série de compromissos institucionais do novo papa ao longo do mês de maio.

A programação inclui:

• 10 de maio: encontro com cardeais;
• 11 de maio: oração Regina Coeli na sacada da Basílica de São Pedro;
• 12 de maio: audiência com jornalistas que cobriram o conclave;
• 16 de maio: encontro com o corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé;
• 20 de maio: posse da Basílica de São Paulo Fora dos Muros;
• 21 de maio: primeira audiência geral;
• 24 de maio: reunião com a Cúria Romana e funcionários do Vaticano;
• 25 de maio: posse das Basílicas de São João de Latrão e Santa Maria Maior.

Alckmin defende agroecologia e mudanças no vale-alimentação

Durante a Feira Nacional da Reforma Agrária, Alckmin aproveitou para defender políticas voltadas à agricultura familiar, produção de alimentos orgânicos e agroecologia. “A agricultura familiar é campeã na produção de alimentos no Brasil. Há uma preocupação com mudas nativas, recomposição de matas ciliares e proteção dos biomas”, afirmou.

O presidente em exercício também comentou sobre mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que regula a concessão de vales-alimentação e refeição por parte das empresas. Ele defendeu a redução da intermediação no sistema para beneficiar diretamente os trabalhadores e pequenos fornecedores.

Governo atuará para corrigir fraudes contra aposentados

Alckmin foi questionado ainda sobre as medidas adotadas pelo governo federal para resolver os casos de fraude no INSS, envolvendo descontos indevidos aplicados por associações contra aposentados e pensionistas. Segundo ele, o problema vem de gestões anteriores, mas será solucionado na atual administração.

“Infelizmente, começou lá atrás, mas vai terminar agora. Já foi totalmente suspenso, sem mais nenhum desconto”, garantiu.

Ele também destacou ações do governo, como o bloqueio de bens de empresas e indivíduos envolvidos e o início da devolução de valores, com um aporte inicial de R$ 292 milhões. Segundo o presidente em exercício, cerca de 20 milhões de beneficiários do INSS que não sofreram descontos indevidos já foram comunicados. Aqueles que foram afetados poderão autorizar ou recusar os descontos diretamente na plataforma Meu INSS.