Alckmin minimiza reação do câmbio ante tensão no mercado financeiro com pacote de cortes

No Rio Grande do Sul, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reafirmou nesta segunda-feira (2) o compromisso do governo com o arcabouço fiscal. Ele destacou que as medidas de contenção de gastos enviadas ao Congresso são fundamentais para garantir o equilíbrio fiscal e o crescimento econômico. Sobre a recente volatilidade no câmbio, Alckmin afirmou que o mercado irá se ajustar nas próximas semanas.

“Em relação à questão de câmbio, eu acho que isso vai sendo esclarecido nos próximos dias. O governo do presidente Lula tem compromisso com o arcabouço fiscal, déficit primário zero, e para isso está tomando medidas de corte de gastos, que é para garantir que não haverá déficit e tenhamos mais investimentos e que tenhamos mais crescimento”, declarou o vice-presidente durante o evento.

Alckmin ressaltou que o governo está adotando medidas de curto, médio e longo prazo para reduzir gastos públicos. “Então, a medida é correta, na linha de déficit zero, responsabilidade fiscal. Agora, você sempre tem o momento mais agitado. Eu até, como médico, recomendei um pouco de acupuntura para baixar o stress”, brincou Alckmin, destacando o cenário desafiador, mas otimista.

Galípolo aponta volatilidade

Durante o Fórum Político da XP Investimentos, em São Paulo, o diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, atribuiu a recente volatilidade no mercado financeiro ao esforço para compreender o pacote fiscal e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Segundo Galípolo, informações chegaram ao mercado antes do anúncio oficial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerando incertezas.

“De início, houve uma dúvida sobre se a medida do Imposto de Renda estaria relacionada com a primeira (pacote de contenção de gastos) e se uma era para compensar a outra”, explicou Galípolo. Ele enfatizou que o Banco Central continuará atuando com cautela e sem fornecer diretrizes claras sobre futuras decisões de juros. “Não vamos dar nenhum guidance, ainda mais agora, nas vésperas da reunião do Copom”, reiterou.

Projeções indicam resiliência econômica

Galípolo também afirmou que as projeções fiscais para 2024 não apresentaram grandes alterações, enquanto as expectativas para inflação, juros e crescimento econômico cresceram. Ele acredita que o dinamismo do mercado de trabalho, com recordes em queda do desemprego e aumento da ocupação, contribuiu para uma reação econômica superior à esperada. “Talvez a progressividade da política fiscal tenha dado dinheiro para quem tem propensão a consumo mais elevada”, analisou.