Alan Sanches aponta desabastecimento de vacinas para crianças no interior da Bahia: “Inaceitável”

Situação foi apontada em um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios

Redação 09/01/2025 17:44 • Política

Alan Sanches aponta desabastecimento de vacinas para crianças no interior da Bahia: “Inaceitável” -

Sandra Travassos/ALBA

Líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), alertou para o desabastecimento de vacinas infantis em municípios do interior do estado. A situação foi apontada em um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e destaca a falta de imunizantes contra doenças como catapora, febre amarela e meningite C.

Conforme os dados da CNM, a Bahia liderou o ranking de casos de catapora em 2024, evidenciando os impactos da ausência de imunização. “Estamos falando de uma questão de saúde pública que deveria ser tratada como prioridade. Não é aceitável que, em pleno 2025, tenhamos crianças expostas a doenças que poderiam ser prevenidas com vacinas”, declarou Alan Sanches, que também é médico.

Ministério da Saúde e responsabilidades compartilhadas

O Ministério da Saúde reconheceu, por meio de nota técnica, dificuldades pontuais no abastecimento de vacinas. A pasta destacou que a responsabilidade pela logística de distribuição é compartilhada com os estados. No entanto, Alan Sanches cobrou explicações da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) sobre o tema.

“Essa falta de vacinas é mais uma prova de que o alinhamento político do PT da Bahia com o governo federal não passa de discurso eleitoral. Na hora H, na vida real, eles não resolvem nada”, criticou o deputado, citando também outras questões de gestão estadual.

Proposta de ação e cobrança na AL-BA

Diante do cenário, Alan Sanches anunciou que protocolará um requerimento para convocar a Sesab a prestar esclarecimentos na AL-BA. O deputado exigirá a apresentação de um plano de ação para normalizar o abastecimento de imunizantes nos municípios. “O direito à vacinação é um direito fundamental, e as famílias baianas não podem pagar o preço da incompetência e da omissão do governo estadual”, afirmou.

O deputado também criticou a atuação da secretária estadual de saúde, Roberta Santana. “O silêncio e a ineficiência da Sesab sobre o tema são alarmantes, especialmente quando sabemos que a secretária tem se mostrado mais ativa nas articulações políticas e eleitorais do que no cumprimento de suas responsabilidades à frente da pasta”, declarou Alan Sanches.

Falta de vacinas atinge mais de 100 cidades na Bahia

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que 110 dos 169 municípios baianos que participaram do levantamento relataram falta de vacinas em seus postos de saúde, representando 65% do total. Este é o oitavo maior percentual do país. A situação é parte de uma tendência nacional apontada na segunda edição do estudo “Falta Vacina para Proteger as Crianças Brasileiras”.

Em setembro do ano passado, 119 cidades da Bahia já haviam relatado desabastecimento. Entre os imunizantes mais ausentes estão os que previnem catapora, febre amarela e meningite C. Apesar das reclamações, o Ministério da Saúde (MS) afirma que os repasses para os estados não estão defasados.

Problemas na fabricação e fornecimento

O Ministério da Saúde, por meio da nota técnica nº 144, detalhou que a falta da vacina contra catapora decorre de “obstáculos regulatórios e de fabricação” enfrentados pelo fornecedor. Para contornar o problema, o MS buscou doses adicionais por meio do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde, com previsão de mais imunizantes disponíveis em 2025.

Entre 26 de novembro e 12 de dezembro, a CNM ouviu municípios sobre o desabastecimento. Nesse período, 84 cidades da Bahia apontaram especificamente a falta de vacina contra catapora. Contudo, a pesquisa não detalha os nomes das localidades afetadas, com o objetivo de evidenciar o problema nacional sem expor os municípios.

Bahia acompanha cenário nacional

Além da Bahia, estados como Santa Catarina, Ceará e Espírito Santo registraram percentuais ainda mais elevados de cidades com falta de vacinas, atingindo 87%, 86% e 84%, respectivamente. A CNM destacou que o levantamento busca reforçar a gravidade do desabastecimento e a necessidade de medidas concretas para regularizar o fornecimento de imunizantes no país.