ACM Neto diz que ‘não há prazo’ para oficializar candidatura ao governo e dispara contra Jerônimo: ‘o que falta na Bahia é governador’
Ex-prefeito criticou a condução de Jerônimo Rodrigues e sinalizou que a oposição pretende contribuir com propostas viáveis

O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, afirmou, nesta quinta-feira (5), que ainda não há prazo para anunciar oficialmente sua candidatura ao governo da Bahia em 2026. Durante o Fórum “SOS Bahia – Caminhos para mudar a segurança pública do nosso estado”, realizado pela Fundação Índigo no hotel Fiesta, Neto afirmou que “falta governador na Bahia“, em crítica direta ao atual gestor do estado, Jerônimo Rodrigues (PT).
“Não há prazo. Eu acho que é absolutamente desnecessário sair da minha boca, ‘ah, eu sou candidato a governador’. Os baianos sabem a minha vontade, o meu sonho de ser governador”, garantiu.
Ele destacou que sua motivação é maior do que em 2022, impulsionada por críticas à atual gestão estadual. “Hoje essa motivação é ainda muito maior por presenciar e testemunhar o desastre que é o governo de Jerônimo Rodrigues no Estado da Bahia”.
ACM Neto também comentou o cenário nacional e reafirmou apoio à pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) à presidência da República.
“O União Brasil reafirma, e eu particularmente estou engajado no projeto de Ronaldo Caiado como pré-candidato a presidente da República. A eleição na Bahia, ela vai se resolver na Bahia. Na eleição passada, eu sequer tive condições de ter um candidato a presidente da República e tive quase metade dos votos no Estado”, ponderou.
Neto reforça críticas à Jerônimo e diz que falta ‘governador’ na Bahia
Durante o evento, Neto também reforçou suas críticas à gestão estadual, e fez uma crítica direta ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), ao afirmar que falta “governador” na Bahia.
“Infelizmente, a gente tem que afirmar que o que falta na Bahia é governador. Nós temos um governador omisso, passivo, que fecha os olhos, que vira as costas e que desconhece o problema tão grave vivido hoje na segurança pública do nosso Estado”, disse.
Na ocasião, Neto também ressaltou que a Bahia lidera, há dez anos, o ranking nacional de homicídios e reúne sete das dez cidades mais violentas do país. Ele também enfatizou que o objetivo do evento não era apenas apresentar diagnósticos, mas propor soluções.
“O propósito desse evento é também trazer luz para caminhos. Mostrar que existem alternativas, soluções possíveis para enfrentar a criminalidade, para virar esse jogo. Mostrar que esse não é um problema nacional. É um problema, principalmente, da Bahia”, declarou.
Críticas à gestão estadual e carta propositiva
O ex-prefeito criticou a condução de Jerônimo Rodrigues e sinalizou que a oposição pretende contribuir com propostas viáveis, mesmo sem esperar mudanças efetivas por parte do atual governo.
“Nós compreendemos que Jerônimo Rodrigues ainda tem um ano e meio de governo pela frente e a gente quer contribuir para ver se ele muda alguma coisa, mas não é com a postura dele de um governador que, definitivamente, não tem mostrado seriedade e compromisso com o enfrentamento de um tema tão sério”.
ACM Neto destacou que o enfrentamento da criminalidade exige firmeza do poder público e investimentos estruturais nas forças de segurança. Ele cita a defasagem no efetivo policial e a precariedade das delegacias e viaturas como parte de um colapso do sistema.
“A Bahia, inclusive, é o Estado do Brasil que menos consegue trazer resultados para os crimes que são praticados e punir os culpados”, frisou.
Neto revelou que a oposição vai entregar uma carta com propostas concretas no final do evento, destacando os “eixos principais dessa virada” na segurança pública. “Existe um conjunto de medidas que podem ser tomadas, que virão, as principais delas, como eixos propositivos da nossa carta à Bahia e aos baianos”.
Agenda no interior e críticas à postura do governador
Durante a entrevista, ACM Neto comentou uma coincidência de agenda com o governador Jerônimo Rodrigues em Vitória da Conquista. Segundo ele, não houve provocação e o encontro foi programado previamente com a prefeita Sheila Lemos (UB).
“Quem está preocupado com a minha agenda é o governador. Eu estava no domingo, numa missa do vaqueiro em Lagoa Real, e aí de repente, na segunda-feira, eu me deparo, o governador do Estado, que eu imagino deve ter muitas responsabilidades, compromissos e problemas para resolver, estava fazendo gracinha numa live, demonstrando a sua preocupação com a minha agenda”, ironizou.
Ele afirmou que tem percorrido o interior do estado com frequência, em agendas programadas até julho. “Cidades pequenas, médias e grandes. O propósito de tudo isso é discutir o nosso estado, é estar perto do nosso povo, é mostrar o compromisso com a Bahia, independentemente de período eleitoral”, disse. “As decisões sobre disputa eleitoral serão tomadas em 2026, no momento certo”.
ACM Neto afirmou ainda que o clima político atual tem estimulado as oposições. “A confiança das oposições hoje é enorme, um caminho promissor para 2026”, declarou.
Questionado sobre falas recentes do senador Jacques Wagner (PT), o ex-prefeito disse que a declaração foi incompatível com o comportamento habitual do parlamentar e atribuiu o tom à crise no governo estadual e à queda na aprovação do presidente Lula (PT).
“A declaração dele, na minha opinião, é reflexo de um desespero crescente e uma preocupação cada vez maior dos petistas pela atuação desastrosa do governador Jerônimo Rodrigues na Bahia e pela avaliação negativa do presidente Lula a nível nacional”.
Ele citou pesquisa recente que indica alta rejeição ao presidente e sugeriu que o momento político tem afetado o equilíbrio de aliados petistas. “Eu só posso acreditar essa deselegância do senador Jacques Wagner a esse momento crítico e difícil vivido pelo presidente Lula. Eu acho que é um desespero que tem que se repetir no governo do Estado e também a nível nacional”, afirmou.
Parceria com governo federal é alvo de críticas
Outro ponto de críticas foi a parceria entre o governo do Estado e o governo federal. Segundo o ex-prefeito, a eleição na Bahia será decidida dentro do estado, independentemente da conjuntura nacional. “Na eleição passada, eu sequer tive condições de ter um candidato a presidente da República e tive quase metade dos votos no Estado”, lembrou. Ele afirma esperar contar com um presidenciável aliado em 2026.
ACM Neto criticou ainda a promessa de parceria entre os governos estadual e federal, feita por Jerônimo Rodrigues na eleição anterior. Para ele, os resultados não aconteceram.
“A gente vê, por exemplo, o que está acontecendo na ponte sobre o rio Jequitinhonha. […] Quantas medidas poderiam ter tomado para evitar que acontecesse o que aconteceu, que está transtornando a vida de quem mora no sul e no extremo sul da Bahia”.
Ele também ironizou a obra da ponte Salvador-Itaparica. “Virou motivo de piada aqui no nosso Estado. Essa parceria tão prometida, tão falada, hoje, os baianos estão vendo que não traz os resultados que eles prometeram”, disse.
Confira trecho da declaração de ACM Neto:
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