Varejo baiano projeta crescimento de 13% em dezembro com forte impacto do 13º salário

O varejo baiano se prepara para um dezembro promissor, com uma previsão de crescimento de 13% nas vendas, alcançando R$ 22,2 bilhões. Esse desempenho, se confirmado, representará o melhor resultado para o mês de dezembro desde 2015. A comparação com o desempenho tímido de 1,2% no ano passado, refletido por uma inflação elevada e crédito restrito, destaca a recuperação do setor.

Kelsor Fernandes, presidente do Sistema Comércio BA, destaca a força do comércio no fim de ano: “O comércio chega com toda a força neste final de ano, com a expectativa do seu melhor desempenho em quase 10 anos. A base desse resultado está sólida, com uma baixa taxa de desemprego, inflação menor do que há um ano, crédito ainda abundante, inadimplência em queda e recursos importantes do 13º salário. É um grande momento não apenas para o comércio, mas também para a economia baiana.”

O impacto do 13º salário será significativo. A previsão é que o adicional injete R$ 14,5 bilhões na economia estadual, com R$ 4,8 bilhões destinados especificamente para o consumo. A segunda parcela, que será paga até 20 de dezembro, tem papel crucial nas vendas de fim de ano, representando praticamente o principal impulsionador do desempenho do varejo.

Entre os setores mais ligados ao Natal, os supermercados devem liderar, com uma projeção de crescimento de 17%, atingindo R$ 9 bilhões, o que corresponderá a 41% do total das vendas no estado. Produtos como roupas e calçados, itens de fácil acesso devido ao preço relativamente baixo, também são populares, com o segmento projetando um crescimento de 7% em relação a 2023.

O consumo de eletrônicos, como telefones, televisores e computadores, não se limita à Black Friday. O 13º salário também impulsiona as compras de eletrodomésticos e eletrônicos, e o setor espera uma alta de 9% este ano. Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio BA, explica: “Embora a taxa de juros básica da economia esteja subindo novamente, o crédito ainda está muito farto para as famílias, dada as melhores condições de renda e emprego, além de um risco menor da inadimplência.”

Outros segmentos também devem registrar crescimento, como cosméticos, perfumes e higiene pessoal, com uma expectativa de alta de 9%. Materiais de construção, veículos, motos e peças, e lojas de móveis e decoração devem registrar elevações de 18%, 13% e 7%, respectivamente.

A expectativa é que o comércio baiano finalize o ano com um desempenho robusto, refletindo uma economia mais aquecida e condições favoráveis para o consumidor.