Produção industrial tem maior alta desde junho de 2024 e supera nível pré-pandemia, aponta IBGE
Março registrou alta de 1,2% na produção em relação ao mês de fevereiro

A indústria brasileira registrou, no mês de março, o maior avanço em nove meses, com alta de 1,2% na produção em relação a fevereiro, conforme divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado superou com folga a projeção de analistas consultados pela Reuters, que previam crescimento de 0,3%.
Esse desempenho representa uma reversão após o cenário de estagnação observado em fevereiro e a leve alta de 0,1% em janeiro. A última vez que a indústria havia crescido em ritmo semelhante foi em junho de 2024, quando o setor avançou 4,3%.
Na comparação anual, a produção industrial também surpreendeu positivamente, com aumento de 3,1% frente a março de 2024. Essa é a taxa mais forte desde outubro do ano passado (6,0%) e mais que o dobro da expectativa de mercado, que previa avanço de 1,4%.
Alta disseminada entre os setores industriais
De acordo com o IBGE, o desempenho de março foi puxado principalmente pela recuperação de importantes setores que haviam registrado perdas anteriores.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, “por enquanto não é uma mudança de trajetória, é uma melhora da situação. Não é leitura de que a indústria vai engatar uma trajetória ascendente”.
Ele reforça que o movimento atual representa “apenas reposição de perdas do passado recente”. Entre os fatores que ainda dificultam uma retomada mais consistente, Macedo cita inflação, juros altos, crédito caro, aumento da inadimplência e incertezas internacionais.
Com o resultado, a indústria ainda permanece 14,4% abaixo do pico registrado em maio de 2011. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o setor apresentou leve alta de 0,1% em relação aos três meses anteriores.
Analistas projetam que a indústria deve enfrentar dificuldades ao longo do ano, pressionada pela alta dos juros, menor confiança dos empresários, câmbio desvalorizado e tarifas de importação mais elevadas, especialmente nos Estados Unidos.
O economista sênior do Inter, André Valério, alertou que o bom desempenho de março ainda não reflete os efeitos do recente aumento de tarifas.
“Os dados de março ainda não refletem a incerteza gerada pelas tarifas e os indicadores antecedentes da indústria sugerem que abril pode mostrar uma desaceleração, com os industriais menos otimistas devido às condições de crédito e aumento de estoques”, disse.
O Banco Central deve anunciar ainda nesta quarta-feira sua nova decisão de política monetária. O mercado financeiro espera uma nova elevação da taxa Selic, atualmente em 14,25%, o que pode impactar diretamente o custo do crédito para o setor produtivo.
Petróleo, farmacêuticos e veículos impulsionam produção
A expansão de março foi registrada em três das quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 25 ramos industriais pesquisados pelo IBGE. Entre os destaques estão o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,4%) e as indústrias extrativas (2,8%).
Também contribuíram para o resultado positivo os segmentos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com alta expressiva de 13,7%, e de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceram 4,0%.
Na análise por categoria econômica, os bens de consumo duráveis registraram avanço de 3,8%, enquanto os bens de consumo semi e não duráveis cresceram 2,4%. Já o setor de bens intermediários teve leve alta de 0,3%.
Bens de capital são única categoria com retração
Entre os grandes grupos econômicos, apenas os bens de capital registraram retração em março, com queda de 0,7%. Esse resultado reflete um menor investimento em máquinas e equipamentos, indicativo de cautela por parte das empresas em relação ao cenário macroeconômico.
Apesar da retração pontual, o setor de bens de capital tem papel importante para a retomada econômica, pois sinaliza as expectativas de médio e longo prazo dos empresários em relação ao crescimento da atividade.
Para analistas, o desempenho de março mostra resiliência da indústria, mas ainda não é suficiente para consolidar uma trajetória sustentável de crescimento, especialmente diante das incertezas internas e externas que pressionam o setor.
Perspectiva é de moderação no segundo trimestre
A expectativa predominante é de que o setor industrial possa passar por uma acomodação nos próximos meses, acompanhando a desaceleração da economia global e os desafios internos relacionados ao crédito, juros e confiança empresarial.
Ainda assim, medidas de estímulo por parte do governo podem amenizar os efeitos adversos. A combinação entre políticas públicas e reações do mercado será determinante para o comportamento da produção industrial ao longo de 2025.
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