Presidente da Assocafé explica alta no preço e diz que clima prejudicou produção de café na Bahia
Escassez de chuva e desafios climáticos impactam severamente a cafeicultura no estado baiano

O presidente da Associação dos Cafeicultores da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo, explicou nesta terça-feira (18), que as mudanças nas condições climáticas têm causado um impacto direto na produção de café no estado, comprometendo a rentabilidade e a sustentabilidade do setor. Durante entrevista ao Portal M!, ele explicou que o clima tem sido um dos principais responsáveis pela redução da produção, além de contribuir com o cenário de alta do preço.
“Primeiro, a escassez de chuva no semiárido, onde nós já tivemos café em 102 municípios, e agora tem café em menos de 40 municípios, porque a chuva escassa tem tirado o mercado. A expectativa da Bahia era que o oeste da Bahia fosse nosso grande manancial de produção de café-arábica, porque lá tem água no subsolo, tem irrigação, tem mecanização, tem tudo, era o ideal para a gente ter o crescimento da nossa produção lá. Só que o café nos últimos anos perdeu em rentabilidade para soja e algodão, e muito produtor diminuiu a área plantada de café para plantar soja e algodão”, apontou.
Outro problema, conforme o especialista, é a falta de estoque, o que agrava ainda mais a pressão sobre o mercado. O país exporta a maior parte de sua produção, mas os estoques internos são quase inexistentes, o que deixa os produtores e os consumidores à mercê de um mercado cada vez mais instável.
“Em janeiro o Brasil ainda exportou quatro milhões de sacas. Significa que estão raspando o que temos para atender o mercado, porque o preço está subindo e interessa vender. Então, o Brasil é o maior produtor, a Bahia é o quarto estado produtor, mas a Bahia está perdendo espaço, porque o efeito climático nos atinge. A gravidade da quebra na safra brasileira foi porque Minas Gerais, que é o maior estado produtor, teve uma grande estiagem e diminuiu a produção lá. Mas a Bahia também, nós já chegamos a 5 milhões de sacas”, afirmou João Lopes.
Impacto das mudanças climáticas na produção baiana
A Bahia já foi um dos maiores polos produtores de café arábica do Brasil, com destaque para a região oeste do estado, que possuía grandes áreas de cultivo. Porém, a falta de chuvas regulares e a irregularidade das estações climáticas têm afetado diretamente a produção. O oeste da Bahia, que antes era considerado a grande promessa para a expansão da produção de café, enfrenta uma realidade diferente.
“A expectativa da Bahia era que o oeste da Bahia fosse nosso grande manancial de produção de café arábica, porque lá tem água no subsolo, tem irrigação, tem mecanização, tem tudo, era o ideal para a gente ter o crescimento da nossa produção lá. Só que o café nos últimos anos perdeu em rentabilidade para soja e algodão, e muito produtor diminuiu a área plantada de café para plantar soja e algodão”, explicou o presidente.
Além da falta de chuva, outros fatores climáticos, como as estiagens prolongadas e a irregularidade nas precipitações, têm prejudicado ainda mais o cultivo de café na região. A migração dos produtores para culturas mais rentáveis, como soja e algodão, tem aumentado nos últimos anos, reduzindo significativamente a área plantada de café. O impacto dessa mudança de cultura é visível.
“O pessoal arrancou o café para plantar soja e algodão, então com isso a expectativa para o café da Bahia não está boa”, afirmou.
A migração para essas culturas ocorre devido ao alto retorno financeiro e à possibilidade de cultivo com menos dependência de chuvas constantes, em comparação com o café, que exige uma quantidade significativa de água durante o ciclo de produção.
Futuro da cafeicultura no estado da Bahia
Ainda conforme o especialista, o futuro da cafeicultura na Bahia e no Brasil depende de uma série de fatores, sendo o clima um dos principais. A mudança climática, com a irregularidade das chuvas e as estiagens prolongadas, tem um impacto direto na produção e nas condições de cultivo do café. João Lopes acredita que, apesar dos desafios climáticos, ainda há soluções para manter a produção de café no estado.
“Nós vamos ter que enfrentar, porque já é antiga essa nossa dependência da escassez de chuva no semiárido. Agora nós vamos ter que fazer algum programa para nesse município do semiárido que ainda tem um microclima que produz café”, observou.
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