Petróleo fecha em alta e encerra ano praticamente estável diante de desafios globais
Mercado de energia reflete cortes na oferta, tensões geopolíticas e incertezas na recuperação econômica chinesa
Fernando Frazão/Agência Brasil
O mercado de petróleo terminou o ano praticamente estável, apesar de um cenário marcado por tensões geopolíticas, cortes na produção e preocupações com a demanda global. O petróleo fechou em alta, nesta última terça-feira (31), influenciado por expectativas de recuperação econômica na China e a contínua restrição de oferta promovida pelos principais produtores.
Na Bolsa de Nova York (Nymex), o contrato de petróleo WTI para fevereiro subiu 1,03% (US$ 0,73), encerrando a sessão cotado a US$ 71,72 por barril. O WTI acumulou ganhos de 5,5% no mês e 5,19% no trimestre, mas registrou apenas uma leve alta anual de 0,1%.
Já o Brent, referência internacional, avançou 0,88% (US$ 0,65) na Intercontinental Exchange (ICE), fechando a US$ 74,64 por barril. Embora tenha subido 3,9% no mês e 4,1% no trimestre, apresentou queda anual de 3,12%.
Recuperação econômica da China impulsiona expectativas
Os ganhos desta sessão foram motivados, em parte, por uma leve expansão na atividade industrial da China, que renovou esperanças de aumento na demanda pelo combustível. Segundo analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, o crescimento do Índice de Gerentes de Compras (PMI) chinês foi um fator positivo, ainda que insuficiente para dissipar as incertezas sobre a recuperação econômica do país.
Especialistas destacam que, apesar do déficit na oferta global ao longo do ano, a fragilidade da economia chinesa limitou os aumentos no preço do petróleo. A China, maior importadora mundial da commodity, enfrenta desafios para sustentar seu crescimento, o que pressiona os mercados globais de energia.
A consultoria Pantheon avalia que os indicadores chineses refletem a necessidade de mais estímulos do governo para sustentar a economia. “Mais políticas de estímulo estão planejadas para 2025 para impulsionar a demanda doméstica e evitar que expectativas deflacionárias se estabeleçam. Ao longo do caminho, esperamos que os dados econômicos da China exibam um padrão flutuante de melhora e deterioração ao longo de 2025” , aponta a Pantheon em relatório.
A consultoria prevê um padrão oscilante de melhora e deterioração nos dados econômicos do país ao longo do próximo ano.
Tensões geopolíticas e cortes da Opep+ sustentam preços
Outro fator que influenciou a estabilidade dos preços foi o contexto geopolítico. Conflitos no Oriente Médio e no leste da Europa, como a guerra na Ucrânia, contribuíram para a percepção de risco no mercado, sustentando o preço do barril em patamares elevados.
Além disso, os cortes voluntários na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) tiveram um papel crucial. As restrições na oferta, lideradas pela Arábia Saudita e pela Rússia, ajudaram a conter uma queda mais acentuada nos preços, mesmo diante de um ano de demanda moderada.
Perspectivas para 2025
Para o próximo ano, o mercado de petróleo deve continuar a ser influenciado por variáveis como o ritmo de recuperação econômica da China, a evolução das tensões geopolíticas e as políticas de oferta da Opep+. Embora a demanda global por energia mostre sinais de recuperação, ainda há incertezas sobre como fatores econômicos e políticos poderão afetar o equilíbrio entre oferta e demanda.
Com os cortes de produção em vigor e a expectativa de mais estímulos econômicos na China, os analistas preveem um cenário de volatilidade, mas com potencial para recuperação moderada nos preços do petróleo. O setor energético segue em alerta, monitorando de perto os desdobramentos globais que podem redefinir o comportamento da commodity no próximo ano.
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