O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), participou, no domingo (27), da cerimônia de abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), onde destacou as entregas realizadas pelo governo federal, especialmente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), pelo qual é responsável. Ele foi o único representante do governo Lula a participar do evento, que contou com diversos possíveis adversários do petista nas eleições de 2026, entre os quais estavam os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Eduardo Leite (PSDB-RS).

“Quando o agro vai bem, ajuda a indústria. Quando a indústria vai bem, ajuda o agro. Eles são irmãos”, declarou o vice-presidente do Brasil.

Prioridades para setor agropecuário e Plano Safra

O ministro também abordou a importância do crédito para o setor agropecuário e afirmou que levará pessoalmente a demanda por um Plano Safra robusto, ajustado ao desempenho recorde da agricultura brasileira. “Eu sei da preocupação com o Plano Safra. Vamos nos empenhar”, disse Alckmin, destacando que o novo plano está sendo desenvolvido para refletir a expectativa de uma colheita histórica em 2025.

“Vou, sim, levar o pleito do Plano Safra, condizente com o tamanho recorde que vai ser a safra agrícola deste ano no Brasil”, completou.

Reindustrialização, inovação e sustentabilidade

Alckmin destacou ainda a nova fase de apoio à reindustrialização do Brasil, com foco em inovação, sustentabilidade e aumento das exportações. O programa Nova Indústria Brasil, que prioriza a agroindústria, foi destacado como uma das iniciativas estratégicas. Segundo o ministro, o Brasil tem “um potencial enorme de crescer gerando mais valor e emprego”.

O vice-presidente mencionou também a ampliação do acesso ao crédito. A previsão é de R$ 80 bilhões em financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), com taxas de juros baseadas na TR, o que deve incentivar investimentos em inovação e renovação do maquinário industrial.

Mercado internacional e sustentabilidade

Alckmin ressaltou a importância de tornar o Brasil mais competitivo globalmente, lembrando que o país tem apenas 2% do PIB mundial e que, para crescer, deve conquistar mais mercado internacional. Ele destacou o acordo entre Mercosul e União Europeia como uma oportunidade crucial para o agronegócio brasileiro.

Além disso, o vice-presidente reafirmou o compromisso com a sustentabilidade, defendendo o fortalecimento dos biocombustíveis, como o etanol, biodiesel e metano. Alckmin lembrou a redução do ICMS sobre o etanol em São Paulo, para estimular a energia limpa e renovável.

Impacto da guerra comercial

Alckmin também se pronunciou sobre os efeitos do protecionismo no comércio global, destacando a importância do multilateralismo. “A guerra comercial e o protecionismo não são bons para ninguém”, afirmou, ressaltando que o Brasil pode tirar proveito do momento, especialmente com o acordo com a União Europeia, que deve abrir mais oportunidades para o agronegócio.

O vice-presidente finalizou mencionando as condições financeiras favoráveis para exportações, como a linha de crédito em dólar criada pelo BNDES, destacando a importância do “hedge” para proteger os exportadores contra riscos cambiais.