Inflação recua levemente, mas segue acima da meta e mercado mantém aposta em crescimento do PIB em 2025
Focus indica IPCA de 4,55% e PIB em 2,16%, mantendo cenário de juros altos e moderação na atividade econômica
Marcello Casal jr/Agência Brasil
O mercado financeiro brasileiro revisou levemente para baixo a projeção da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passando de 4,56% para 4,55% em 2025, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), em Brasília. A estimativa para 2026 permanece em 4,2%, enquanto para 2027 e 2028 os analistas projetam 3,8% e 3,5%, respectivamente.
Apesar da ligeira redução, o indicador continua acima do teto da meta de inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, estabelecendo limites de 1,5% a 4,5%. Em setembro, após queda em agosto, a inflação oficial registrou alta de 0,48%, influenciada pelo aumento da conta de luz. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA soma 5,17%, segundo o IBGE.
Política monetária e taxa Selic
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Em setembro, o colegiado optou por manter a taxa neste patamar, citando incertezas no cenário externo e moderação no crescimento interno.
Segundo a ata do Copom, a intenção é manter os juros por período prolongado para garantir a convergência da inflação à meta. A expectativa do mercado é que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano e caia para 12,25% em 2026. Para 2027 e 2028, a projeção é de 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.
O aumento da Selic busca conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança. Já a redução da taxa tende a baratear o crédito, impulsionar o consumo e a produção, mas com menor controle sobre a inflação. Além da Selic, os bancos consideram risco de inadimplência, despesas administrativas e lucro na definição das taxas cobradas aos consumidores.
Expectativa para PIB e câmbio
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 permanece em 2,16%, mantendo o crescimento moderado da economia. Para 2026, a estimativa é de 1,78%, enquanto para 2027 e 2028, a expansão projetada é de 1,9% e 2%, respectivamente.
No segundo trimestre de 2025, o crescimento econômico foi de 0,4%, puxado pelo desempenho de serviços e indústria. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, representando o quarto ano consecutivo de crescimento.
O dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,41, com previsão de R$ 5,50 para o fim de 2026.
Inflação e déficit público
O relatório Focus indica que a inflação suavizada para os próximos 12 meses permanece em 4,06%, abaixo dos 4,21% de um mês atrás, medida que reflete expectativas ajustadas para evitar impactos bruscos na política monetária. Para o trimestre de outubro a dezembro de 2025, a projeção do IPCA é de 0,86%, distribuída entre 0,16% em outubro, 0,20% em novembro e 0,50% em dezembro, apontando estabilidade em relação às expectativas anteriores.
O déficit primário do setor público consolidado está projetado em 0,50% do PIB para 2025, com tolerância de 0,25 ponto percentual, enquanto para 2026 a estimativa é de 0,60%, mantendo o compromisso fiscal do governo. O déficit nominal de 2025 permanece em 8,50% do PIB, subindo para 8,61% em 2026, refletindo gastos com juros da dívida pública. A dívida líquida do setor público (DLSP) como proporção do PIB permanece em 65,8% em 2025, com aumento estimado para 70,11% em 2026, acompanhando a trajetória de comprometimento das contas públicas.
Cenário para próximos anos
O novo regime de meta de inflação contínua, em vigor desde 2025, considera que a meta é cumprida se a inflação acumulada em 12 meses ficar dentro do intervalo de tolerância. Caso fique acima ou abaixo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.
O horizonte relevante para retorno da inflação ao centro da meta é o 1º trimestre de 2027, segundo o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen. O mercado financeiro acompanha com atenção não apenas a Selic e o IPCA, mas também o desempenho do PIB, déficit público e câmbio, considerando que estes indicadores influenciam diretamente decisões de investimento e consumo no país.
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