Indústria da Bahia cresce em empresas e empregos, mas valor gerado despenca pelo 2º ano
Apesar do crescimento no número de fábricas e trabalhadores, Estado perdeu posição no ranking nacional e viu retração de 8,4% no valor da produção

O setor industrial da Bahia encerrou 2023 com um cenário ambíguo: enquanto bateu recordes no número de unidades ativas e de trabalhadores empregados, apresentou uma nova queda no valor da transformação industrial (VTI), indicador que mede a contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB). As informações fazem parte da Pesquisa Industrial Anual (PIA Empresa) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta quarta-feira (25).
Em todo o Estado, 6.507 unidades locais de empresas industriais com cinco ou mais empregados estavam em atividade, representando um aumento de 5% em relação ao ano anterior — o quarto crescimento seguido. Já o número de pessoas ocupadas subiu 1,6%, atingindo 252.585 trabalhadores, o maior patamar desde o início da série histórica, em 2007.
Bahia mantém liderança regional, mas perde espaço no cenário nacional
Com os novos números, a Bahia manteve o 8º lugar entre os estados brasileiros com maior número de unidades industriais e permaneceu na liderança no Norte-Nordeste, respondendo por 3,1% do total de empresas industriais do país. No entanto, quando se trata de geração de valor, o desempenho foi negativo.
O valor da transformação industrial na Bahia foi de R$ 65,0 bilhões em 2023, o que representou uma queda nominal de 8,4% (menos R$ 5,9 bilhões) em relação a 2022. Foi o segundo ano consecutivo de retração e suficiente para fazer o Estado cair uma posição no ranking nacional, passando do 7º para o 8º lugar, agora atrás do Amazonas.
Alimentação impulsiona crescimento; setor químico puxa queda
A expansão no número de empresas e empregos na indústria baiana foi puxada, principalmente, pelo setor de fabricação de alimentos, que somou 1.507 unidades — 157 a mais que em 2022, um crescimento de 11,6%. Esse segmento também liderou na geração de postos de trabalho, com 3.164 novos empregos, chegando a 47.410 ocupações, o maior contingente entre todas as atividades industriais do estado.
Por outro lado, a fabricação de produtos químicos, que já foi a atividade mais relevante da indústria baiana, teve a maior queda nominal no valor gerado. O VTI do setor despencou de R$ 14,1 bilhões para R$ 9,4 bilhões, um recuo de 33,3% em um ano. A extração de minerais não metálicos também se destacou negativamente, com perda de 133 unidades industriais (-38,4%).
Setores com maior crescimento no valor gerado
Apesar do cenário geral negativo, algumas atividades se destacaram positivamente no valor da transformação industrial:
- Metalurgia: aumento de 50,1%, saltando de R$ 2,38 bilhões para R$ 3,58 bilhões
- Fabricação de alimentos: crescimento de 4,5%, passando de R$ 10,2 bilhões para R$ 10,7 bilhões
Com esse resultado, a indústria alimentícia ultrapassou a química e, pela primeira vez desde 2007, tornou-se o setor que mais gerou valor nominal na Bahia.
Participação da Bahia na indústria do Nordeste segue em queda
Embora ainda lidere o cenário regional, a Bahia vem perdendo participação no valor gerado pela indústria do Nordeste ao longo da última década. Em 2014, o Estado respondia por 41,2% do total gerado na região. Em 2023, essa participação caiu para 33,4%, uma perda de 7,8 pontos percentuais, a maior entre os estados nordestinos.
Nesse intervalo, Pernambuco foi o estado que mais avançou, saltando de 17,2% para 22,7% de participação. Ceará e Maranhão também cresceram, enquanto a Bahia vê sua importância relativa diminuir, mesmo mantendo a liderança em número de empresas e trabalhadores.
Comparativo nacional: São Paulo e Rio continuam na liderança
No cenário nacional, o valor da transformação industrial somou R$ 2,36 trilhões, com queda média de 3,1% em relação a 2022. São Paulo continua sendo o maior polo industrial do país, com R$ 813,2 bilhões (34,4% do total). Em seguida vieram Rio de Janeiro, com R$ 306,2 bilhões (13%), e Minas Gerais, com R$ 269,8 bilhões (11,4%).
A Bahia respondeu por 2,8% do total nacional, percentual inferior ao registrado em 2022, quando o Estado tinha 3% de participação.
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