A Bahia pode ganhar um novo impulso no setor de energias renováveis com a instalação de um parque fabril voltado à cadeia de produção da energia eólica. A iniciativa partiu de sete fornecedores da empresa chinesa Goldwind, maior fabricante de aerogeradores do mundo, que demonstraram interesse em investir no Estado. O assunto foi debatido durante reunião realizada, nesta terça-feira (13), na sede da Goldwind, em Pequim, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

A Goldwind já opera uma fábrica em Camaçari, inaugurada no ano passado — a primeira da companhia fora da China. Com os novos investimentos, a expectativa é que a capacidade produtiva da empresa na Bahia seja triplicada, com foco não apenas no mercado nacional, mas também na exportação para outros países das Américas.

Bahia na rota internacional de investimentos

Durante o encontro, representantes dos sete fornecedores apresentaram suas experiências e reforçaram o desejo de se instalar na Bahia, criando um ecossistema industrial em torno da operação da Goldwind. O governador, por sua vez, apresentou as potencialidades do Estado, destacando a infraestrutura logística, o capital humano disponível e as políticas públicas de incentivo ao setor de energia limpa.

“Foi uma reunião muito produtiva. Vamos agora atuar de todas as formas para que o mais rápido possível elas possam chegar ao nosso Estado, gerando emprego, renda e desenvolvimento tecnológico”.

Meta é fortalecer cadeia eólica e reduzir custos

A formação de um parque fabril com fornecedores próximos à Goldwind tem como principal objetivo reduzir custos logísticos e operacionais, além de acelerar prazos de produção. Essa concentração de fornecedores também promete ampliar a competitividade da indústria instalada no Estado.

Paulo Guimarães, presidente da BahiaInveste — agência estadual de promoção de investimentos —, destacou que a chegada dessas empresas deve tornar os equipamentos da Goldwind ainda mais atrativos para o mercado.

“Isso permitirá que a empresa aumente sua produção e sua participação no setor eólico brasileiro, mas também com foco na exportação para as Américas”, explicou.

Além disso, Guimarães revelou que a Goldwind já considera realizar novos investimentos na Bahia, voltados à produção de hidrogênio verde e metanol renovável, insumos estratégicos para a transição energética global e que já são desenvolvidos pela empresa na China.

Fábrica de Camaçari ganha protagonismo

A unidade da Goldwind em Camaçari tem ganhado espaço no cenário nacional e responde por uma parcela significativa da produção de turbinas eólicas no país. A empresa projeta conquistar entre 25% e 30% do mercado brasileiro nos próximos anos. A consolidação do parque fabril com fornecedores locais pode acelerar esse crescimento e posicionar a Bahia como um dos principais polos de energia renovável do hemisfério sul.

Fundada em 1998, a Goldwind emprega mais de 6 mil pessoas ao redor do mundo. Em 2024, a companhia registrou uma receita de aproximadamente US$ 7,82 bilhões, com destaque para a fabricação e venda de turbinas, operação de parques eólicos e serviços de manutenção e operação.

Sustentabilidade e desenvolvimento regional

A presença da Goldwind e de suas fornecedoras na Bahia fortalece o compromisso com um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Além da geração de empregos e do fortalecimento da economia regional, os investimentos também impulsionam a capacitação técnica local e a inovação em energias limpas.

Caso os planos se concretizem, o parque fabril proposto poderá transformar a Bahia em uma referência internacional na produção de tecnologia para o setor eólico — com impactos positivos no meio ambiente, na balança comercial e na qualidade de vida da população baiana.