Dólar volta a subir e registra novo recorde nominal, cotado a R$ 6,07

O dólar encerrou nesta sexta-feira (6), batendo um novo recorde nominal, cotado a R$ 6,0713. O aumento de 1%, em relação ao dia anterior, fez com que a moeda norte-americana acumulasse uma alta semanal de 1,18%, chegando a um avanço expressivo de 25% em todo ano de 2024. As informações são do G1.

Entre os principais fatores de valorização do dólar, estão os novos dados do emprego nos Estados Unidos e o anúncio do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Dados dos EUA

Nos Estados Unidos, o payroll, principal relatório de emprego do país, apontou a criação de 227 mil vagas no mês passado, superando as expectativas do mercado. Esse desempenho acima do esperado reforça o papel do relatório como métrica fundamental para o Federal Reserve (Fed) em suas decisões sobre a política de juros.

Entretanto, a taxa de desemprego subiu para 4,2%, enquanto os salários mantiveram crescimento estável de 4% em relação ao ano anterior. 

Mercosul fecha acordo com União Europeia

Já na capital do Uruguai, Montevideu, a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul anunciou, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que as negociações do acordo comercial entre os blocos foi firmado, e agora segue para revisão jurídica e tradução oficial. O tratado promete estabelecer e fortalecer relações comerciais e promover maior integração econômica. 

“Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência”, disse von der Leyen 

Entretanto o pacto ainda sofre com resistências, especialmente da França. Agricultores de toda Europa, especialmente os franceses têm protestado contra possíveis impactos na competitividade do setor agrícola local. Porém, a Comissão Europeia garantiu que salvaguardas robustas protegerão os produtores europeus, enquanto os exportadores do Mercosul deverão cumprir rigorosos padrões de saúde e segurança alimentar. 

“O acordo UE-Mercosul é o maior de todos os tempos no que diz respeito à proteção dos produtos alimentares e bebidas da UE. Os exportadores do Mercosul terão que cumprir rigorosamente esses padrões para acessar o mercado da UE. Esta é a realidade de um acordo que economizará às empresas da UE 4 bilhões de euros por ano em tarifas de exportação”, destacou von der Leyen. 

Pacote de Corte de Gastos e Copom

Um dos fatores que fez com que houvesse uma alta do dólar nos últimos dias foi o anuncio do pacote de cortes de gastos, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.

Além disso, a liberação das Emendas Parlamentares e a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também tiveram sua influência na alta do dólar, que pela primeira vez na história do Brasil passou da cotação R$ 6,00. Ainda sobre o Copom, o encontro deverá decidir sobre uma nova alta na taxa básica de juros, a Selic.