O comércio de Salvador e Região Metropolitana deve registrar crescimento de até 5% nas vendas para o Dia das Mães deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. A projeção é da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL), que aponta um cenário otimista tanto para lojas de rua quanto para shoppings centers.

A data é considerada a terceira mais importante para o varejo local, atrás apenas do Natal e da campanha Liquida Salvador. A expectativa é de que o tíquete médio das compras fique em torno de R$ 190. Entre os setores mais procurados estão vestuário, calçados, eletrônicos, acessórios, perfumaria e cosméticos.

“A data possui um forte apelo emocional. Acreditamos que as ações promocionais e o empenho dos lojistas vão impulsionar ainda mais as vendas”, afirmou Alberto Nunes, presidente da CDL Salvador.

Pequenos negócios também apostam em aumento de vendas

A boa expectativa não se limita aos grandes centros comerciais. Uma pesquisa da Serasa Experian apontou que cinco em cada dez pequenos e médios negócios também esperam aumento nas vendas neste Dia das Mães. O levantamento revelou que os setores de varejo e atacado lideram a confiança, com 44% dos empresários prevendo crescimento.

De acordo com Cleber Genero, vice-presidente da Serasa Experian para Pequenas e Médias Empresas, o planejamento antecipado é essencial para bons resultados. “Entender as datas importantes pode impulsionar o faturamento, ajustar estoques e lançar novos produtos”, explicou.

Projeção nacional aponta crescimento de 6,5% nas vendas

A estimativa de crescimento nas vendas é ainda maior no país. Segundo dados de mercado, o comércio brasileiro deve movimentar R$ 14 bilhões no Dia das Mães, com um avanço de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O levantamento também indicou que nove em cada dez brasileiros pretendem comprar presentes, e a maioria dos consumidores planeja gastar até R$ 200. O setor têxtil é um dos mais otimistas, com aumento esperado na procura por roupas femininas.

Inflação impacta presentes tradicionais

Apesar da perspectiva positiva para o faturamento, muitos dos produtos tradicionalmente procurados nesta data sofreram aumentos de preços no último ano. De acordo com a FecomercioSP, com base no IPCA do IBGE, os itens mais afetados foram joias (alta de 26,81%), bombons (21,77%) e achocolatados (16,11%).

A valorização internacional do ouro — que acumulou 40% de aumento nos últimos 12 meses — puxou o preço das joias para cima. Já o aumento dos chocolates está ligado à escassez global de cacau, que também provocou encarecimento durante a Páscoa. Perfumes (8,44%), maquiagens (6,52%) e produtos para cabelo (6,03%) também registraram aumentos acima da inflação, o que pode influenciar o comportamento dos consumidores na escolha dos presentes.

Vestuário segue mais acessível

Na contramão dos itens encarecidos, o setor de vestuário aparece como uma alternativa mais econômica para os consumidores. A queda de quase 10% no preço do algodão no mercado internacional ajudou a segurar os preços dos produtos têxteis.

Itens como lingeries (alta de 4,34%), blusas (3,31%) e saias (1,92%) registraram variação de preços inferior à média nacional da inflação, o que pode favorecer o segmento na disputa pelas vendas no Dia das Mães. Com a combinação de promoções, otimismo do varejo e apelo emocional da data, a expectativa é de que o comércio baiano tenha um desempenho positivo e contribua para aquecer a economia no mês de maio.