Copom eleva Selic para 14,25% e juros atingem maior nível desde 2016
Medida foi tomada de forma unânime pelos membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (19), um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, passando para 14,25% ao ano. Este foi o terceiro aumento consecutivo nesta magnitude desde setembro de 2024. A medida foi tomada de forma unânime pelos membros do Copom. As informações são da Agência Brasil.
A taxa Selic atinge agora níveis observados entre julho de 2015 e outubro de 2016, um período marcado pela crise econômica e política, que incluiu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Se o Banco Central continuar com novos aumentos, a Selic poderá atingir o maior nível em quase 20 anos.
Cenário econômico e expectativas de inflação
Em seu comunicado, o Copom indicou que o cenário econômico atual é caracterizado por “desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista“.
O Banco Central também afirmou que, “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião“.
O Copom reafirmou que a “magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta” e que essa decisão dependerá da evolução da inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Projeções para a Inflação e Crescimento Econômico
As estimativas do Banco Central para a inflação em 2025 foram revisadas. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação, passou de 5,2% para 5,1%. Para os preços livres, a projeção foi ajustada para 5,4%, enquanto os preços administrados apresentaram uma revisão de 5,2% para 4,3%.
No que diz respeito à inflação em 2026, as projeções para o IPCA no terceiro trimestre caíram de 4,0% para 3,9%. A previsão para os preços livres se manteve em 3,8%, enquanto a variação dos preços administrados recuou de 4,6% para 4,2%.
Em relação à inflação recente, o IPCA de fevereiro foi de 1,48%, conforme dados do IBGE. O fim do bônus de Itaipu sobre a conta de luz e o aumento no preço de alguns alimentos impactaram o índice. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,87%, superando o teto da meta definida para 2024.
A meta de inflação do Banco Central, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,5% e 4,5%. A meta é ajustada mês a mês, levando em consideração a inflação acumulada nos últimos 12 meses.
De acordo com as estimativas mais recentes do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, o mercado financeiro prevê uma inflação de 5,66% para 2025, um valor que supera o teto da meta de inflação.
O relatório de inflação do Banco Central, publicado no final de 2024, manteve a previsão de 4,5% para o IPCA em 2025, mas essa estimativa pode ser revisada dependendo do comportamento da moeda e da inflação.
O Copom também atualizou suas projeções, agora prevendo que o IPCA será de 5,1% em 2025 e de 3,9% ao final do terceiro trimestre de 2026. Essas previsões são baseadas no “horizonte ampliado” do Banco Central, que leva em conta o cenário para a inflação em até 18 meses.
A elevação da Selic tem como objetivo conter a inflação, já que juros mais altos tornam o crédito mais caro e desestimulam a produção e o consumo.
No entanto, essa estratégia pode dificultar o crescimento econômico. O Banco Central, no último relatório de inflação, aumentou a previsão de crescimento do PIB para 2025, passando de 2,1%.
O mercado, no entanto, tem previsões mais moderadas. De acordo com o boletim Focus, a expansão do PIB para 2025 é estimada em 1,99%. A Selic é usada como referência para as taxas de juros da economia e influencia o custo do crédito, além de ser fundamental no controle da inflação.
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