Copom eleva Selic para 13,25% em quarto aumento seguido e sinaliza novas altas em 2025
Última vez que a taxa chegou neste patamar foi entre agosto e setembro de 2023
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (29), aumentar a taxa Selic pela quarta reunião seguida, elevando-a para 13,25%. A decisão foi unânime, e os diretores do Copom haviam antecipado que novas elevações de 1 ponto percentual seriam realizadas no início de 2025. As informações são da Agência Brasil.
A última vez que a taxa Selic estava em 13,25% foi entre agosto e setembro de 2023, quando o Copom iniciava um ciclo de reduções. Em sua reunião mais recente, o Comitê manteve suas projeções de inflação para 2026, mas aumentou suas estimativas para 2025. O IPCA projetado para 2025 subiu de 4,5% para 5,2%. A estimativa para a inflação dos preços livres e administrados também foi elevada.
O Copom observou que a economia brasileira está aquecida, com inflação alta, tanto no IPCA quanto nos núcleos, que excluem itens voláteis. Além disso, o Comitê destacou que as incertezas fiscais no Brasil e externas, especialmente nos Estados Unidos, têm influenciado os preços de ativos financeiros.
O Banco Central afirmou que segue acompanhando como os desenvolvimentos fiscais impactam a economia, e a percepção sobre a sustentabilidade da dívida continua afetando as expectativas do mercado.
Expectativas de inflação e aumento da Selic em 2025
O Copom anunciou que continuará elevando a Selic em 1 ponto percentual na reunião de março de 2025. No entanto, não confirmou se as altas continuarão após essa reunião, dependendo da evolução da inflação. O Comitê reforçou que o total do ciclo de aperto monetário será determinado pela necessidade de alcançar a meta de inflação de 3%, levando em conta a evolução da dinâmica inflacionária.
A Selic é uma das principais ferramentas do Banco Central para controlar a inflação. Em dezembro, o IPCA foi de 0,52%, e em 2024, o indicador acumulou alta de 4,83%, ultrapassando o teto da meta. A meta de inflação para 2024, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo, variando entre 1,5% e 4,5%.
O Banco Central manteve a previsão de que o IPCA terminará 2025 em 4,5%, embora a estimativa possa ser revisada. O mercado, por sua vez, está mais pessimista, e de acordo com o boletim Focus, a inflação deve fechar o ano em 5,5%, acima do teto da meta. A próxima atualização do Relatório de Inflação será divulgada no fim de março de 2025.
Impactos no crescimento econômico e projeções futuras
A elevação da Selic tem como objetivo controlar a inflação, já que juros mais altos encarecem o crédito e reduzem o consumo. Embora essa medida ajude a conter os preços, ela também dificulta o crescimento econômico. O Banco Central projetou um crescimento do PIB de 2,1% para 2025, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus, estima uma expansão de 2,06%.
A taxa Selic também afeta as negociações de títulos públicos e serve como referência para outras taxas de juros na economia. Quando o Banco Central aumenta a Selic, ele controla a demanda que pressiona os preços, desestimulando o consumo e incentivando a poupança. Por outro lado, uma redução da Selic facilita o crédito e impulsiona a produção e o consumo, mas pode enfraquecer o controle sobre a inflação.
Os analistas de mercado têm se mostrado mais cautelosos quanto às projeções de inflação. O aumento dos juros pode ajudar a manter a inflação sob controle, mas também representa um desafio para a recuperação econômica, ao dificultar o acesso ao crédito e reduzir o poder de consumo das famílias. O próximo período será crucial para verificar se as ações do Banco Central serão eficazes em manter a inflação dentro das metas estabelecidas.
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