A retomada da construção de barcaças em Maragogipe, no Recôncavo baiano, está revitalizando o Canteiro de São Roque do Paraguaçu no cenário da indústria naval brasileira. Depois de uma reunião com representantes da Casa Civil, do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para discutir “O que é conteúdo nacional”, o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, anunciou nesta segunda-feira (22) que barcaças serão construídas ainda neste segundo semestre no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe.
“Isso vai gerar emprego e renda em cidades como Maragogipe, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, enfim, em todo o Recôncavo baiano”, celebrou Bacelar. “Inicialmente, serão construídas embarcações mais simples, menos complexas que grandes plataformas da Petrobras, mas já é um recomeço significativo após o desmonte realizado nos governos Temer e Bolsonaro”.
O dirigente sindical também mencionou reuniões com representantes da Novonor, proprietária do Estaleiro, com a expectativa de que plataformas de médio e grande porte da Petrobras voltem a ser construídas no local.
“Mais de sete mil empregos foram gerados na Enseada do Paraguaçu durante o segundo governo do presidente Lula. Em 2009, foram construídas duas plataformas autoelevatórias, a P-59 e a P-60. Além disso, partiram de São Roque as estruturas fundamentais da primeira fase de exploração da Bacia de Campos”, destacou Bacelar, mencionando que também foram construídas as plataformas PRA-1 e a Plataforma do Campo de Manati, instalada em Cairu (BA).
Enseada
O Estaleiro Enseada, dotado de uma infraestrutura capaz de oferecer diversas vantagens para o desenvolvimento de empreendimentos de grande porte, está se preparando para a construção de barcaças nos próximos dias. Segundo Ricardo Ricardi, CEO do Estaleiro, há uma negociação avançada nesse sentido.
“A companhia espera que este contrato seja assinado em breve e que o projeto gere cerca de 400 empregos diretos. O Enseada é um dos maiores investimentos realizados na Bahia nas últimas décadas, e a retomada das atividades de construção naval, assim que materializada, deverá ter um impacto socioeconômico significativo para a região do Recôncavo Baiano”, afirmou Ricardi.
Além do contrato de construção de barcaças, a companhia espera obter contratos para a construção de embarcações de apoio offshore e módulos de FPSOs (Plataformas de Produção).
O ex-prefeito de Maragogipe, Sílvio Ataliba, acrescentou que serão produzidas 80 balsas para o setor de mineração nos próximos três anos e que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) já assinou o protocolo de intenções para este projeto, que deve gerar três mil empregos na região.
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