Campos Neto diz que trabalha por transição suave no Banco Central

Faltando quatro meses para o fim de seu mandato, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou na sexta-feira (30), que está realizando uma transição tranquila. Ele descreveu seu tempo no BC como o período mais feliz de sua vida e, apesar dos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ressaltou que as instituições são mais importantes que as pessoas.

“Não é sobre o Roberto Campos, é sobre o Banco Central, é sobre a institucionalidade, sobre o processo de autonomia e sobre a continuação do trabalho técnico que tem sido feito”, declarou Campos Neto, ao comentar sua trajetória no BC durante um evento da XP Investimentos.

Alta dos juros

Após discutir a economia dos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mencionou que o mercado global prevê uma queda nas taxas de juros americanas. Durante uma apresentação na Associação Brasileira de Franchising (ABF), em São Paulo, ele destacou que o Brasil “infelizmente” é o único país com uma curva de alta nas taxas de juros.

“Acho que existem algumas particularidades que podemos explorar depois, mas, de forma geral, o Brasil foi o primeiro a iniciar o ciclo de queda, e nossa realidade de mão de obra está um pouco diferente, mesmo que vários países, inclusive emergentes, estejam entrando em um ponto de inflexão”, observou ele.

Sobre política monetária, Campos Neto destacou que os Estados Unidos estão apresentando uma significativa queda nas taxas de juros. Ele também analisou a economia japonesa. “O Japão teve uma grande movimentação nos mercados há umas duas ou três semanas”, disse, enfatizando que a desmontagem de posições no carry trade ocorreu rapidamente, gerando turbulência nos mercados.

O presidente do BC lembrou que esta semana também houve um dado fraco sobre o emprego nos Estados Unidos, o que causou mais turbulência.

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