Brasil atrai R$ 85,2 bilhões em propostas para minerais críticos da transição energética
Chamada pública do BNDES e da Finep recebe 124 planos de negócios que vão além da mineração e apostam em tecnologia e valor agregado

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou, na última semana, uma chamada pública que atraiu expressiva participação do setor produtivo. De acordo com informações divulgadas na manhã desta terça-feira (6), foram recebidas 124 propostas de planos de negócios voltados à transformação e ao desenvolvimento tecnológico de minerais estratégicos, totalizando um potencial de investimento de R$ 85,2 bilhões. A iniciativa foi lançada em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no âmbito do programa Nova Indústria Brasil.
O número de propostas e o volume de recursos demonstram o apetite do mercado por iniciativas alinhadas à nova política industrial do governo federal, que prioriza sustentabilidade, inovação e reindustrialização com foco na transição energética. Os projetos não se limitam à exploração mineral, mas envolvem também atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I), buscando agregar valor e posicionar o Brasil como fornecedor de componentes essenciais para tecnologias de baixo carbono.
Projetos se concentram em terras raras, lítio, cobre e grafite
Os dados apresentados pelo BNDES revelam uma forte concentração de propostas em quatro elementos considerados cruciais para a economia verde: terras raras (27 projetos), lítio (25), cobre (24) e grafite (20). Esses minerais são insumos indispensáveis na fabricação de baterias, veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e outras soluções sustentáveis.
No total, 136 grupos econômicos submeteram propostas para investimentos em 23 estados do país, abrangendo todas as regiões. Os projetos preveem não apenas a expansão da capacidade produtiva, mas também avanços tecnológicos e industriais que permitam a transformação dessas matérias-primas em produtos manufaturados, com maior valor agregado.
O edital contemplou uma ampla gama de minerais considerados estratégicos para a transição energética e para cadeias produtivas de alta tecnologia, como alumínio, cobalto, estanho, manganês, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio, zinco e metais do grupo da platina (PGMs), além dos já citados.
Iniciativa busca transformar potencial mineral em liderança tecnológica
Segundo o BNDES, dos R$ 85,2 bilhões em investimentos potenciais apresentados, R$ 6,4 bilhões têm foco em desenvolvimento tecnológico e R$ 67,8 bilhões em escalonamento industrial — ou seja, na ampliação da produção em escala. Essa divisão mostra que os proponentes enxergam oportunidades não apenas na exploração, mas também na industrialização e inovação, aspectos centrais da política industrial defendida pelo governo.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, considera que o Brasil reúne condições únicas para liderar o processo global de agregação de valor na mineração. Ele destaca que o país possui grandes reservas minerais, matriz energética majoritariamente limpa, um ecossistema nacional de inovação em expansão e, sobretudo, uma posição de neutralidade geopolítica. Esses fatores, segundo a avaliação da instituição, tornam o Brasil um destino atrativo e confiável para investidores interessados em cadeias produtivas mais sustentáveis.
Nesse contexto, a alta adesão à chamada pública foi interpretada pelo banco de fomento como um sinal positivo da efetividade da Nova Indústria Brasil. O programa busca reverter o processo de desindustrialização enfrentado nas últimas décadas, promovendo a retomada do protagonismo nacional em setores estratégicos com base em tecnologia e sustentabilidade.
Próxima etapa prevê análise técnica e apoio financeiro
O edital disponibiliza R$ 5 bilhões em recursos para apoiar os projetos selecionados, sendo R$ 4 bilhões oriundos do BNDES e R$ 1 bilhão da Finep. As propostas estão sendo avaliadas conforme os critérios técnicos definidos na chamada pública. As iniciativas aprovadas poderão receber diferentes formas de apoio financeiro, como linhas de crédito, participação acionária, subvenções econômicas e recursos não reembolsáveis.
O BNDES informou que, em uma segunda fase, os instrumentos financeiros serão disponibilizados com base na análise de risco e nas condições de crédito dos proponentes. O objetivo é viabilizar projetos com alto potencial de impacto industrial, ambiental e tecnológico, consolidando o papel do Brasil como fornecedor estratégico para uma economia global em processo de descarbonização.
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