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Um dia após apagão, companhias aéreas correm para retomar operações

Apagão impede decolagem de aviões e tira emissoras de TV do ar em todo o mundo
Magnitude do incidente foi sentida em diversos setores

Empresas transporte e governos estão se apressando, neste sábado (20), para colocar todos os seus sistemas novamente online após o caos da sexta-feira (19), quando um apagão cibernético causou transtornos em todo o mundo, em especial nos países da Europa e nos Estados Unidos.

O maior impacto contínuo foi na aviação. Companhias aéreas cancelaram milhares de voos na sexta e agora têm muitos de seus aviões e equipes deslocados, enquanto aeroportos enfrentam problemas contínuos com check-in e segurança.

O sistema de transporte do Reino Unido ainda tenta se recuperar. O Aeroporto de Gatwick afirmou que a maioria dos voos programados deve decolar, o de Manchester disse que poderia haver cancelamentos de última hora, e o Porto de Dover informou que há espera de uma hora para entrar no terminal e pegar balsas para a França.

Enquanto isso, o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido alertou pessoas e empresas para ficarem atentas a tentativas de phishing enquanto “agentes maliciosos oportunistas” tentam tirar vantagem do apagão.

Em Berlim, a Eurowings, uma subsidiária de baixo custo da Lufthansa, disse que espera voltar a operar voos “em grande parte programados” neste sábado.

Em Dallas, nos EUA, a Delta Air Lines e suas afiliadas regionais cancelaram mais de um quarto de sua programação de voos na Costa Leste até o meio da tarde de sexta-feira, segundo o provedor de dados de aviação Cirium.

No centro do transtorno global está a CrowdStrike, uma empresa de cibersegurança que fornece software para dezenas de parceiras em todo o mundo. A companhia afirma que o problema ocorreu quando foi instalada uma atualização defeituosa em computadores rodando o Microsoft Windows. A CrowdStrike ressaltou que a pane não foi causada por um ataque cibernético.

Apagão global gerou caos

O apagão catastrófico afetou globalmente diversas indústrias. Pelo menos três grandes companhias aéreas dos Estados Unidos – American Airlines, United e Delta – suspenderam todos os voos, conforme relatado pela Administração Federal de Aviação (FAA). Aeroportos em todo o mundo, incluindo Hong Kong, Sydney, Berlim e Schiphol, enfrentaram problemas significativos.

No Reino Unido, o Aeroporto de Manchester viu longas filas devido a máquinas de check-in inoperantes, enquanto a Ryanair enfrentava interrupções devido a problemas de TI de terceiros.

Nos Estados Unidos, o serviço de emergência 911 foi afetado, enquanto o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido perdeu acesso aos seus sistemas. Emissoras de televisão – como Sky News, no Reino Unido, e ABC, na Austrália – também reportaram problemas graves.

A magnitude do incidente foi sentida em diversos setores, desde a aviação até a saúde e a mídia, com implicações também em tribunais e eventos esportivos.

Organizadores da Olimpíada de Paris, que começa na próxima sexta-feira (26), também relataram problemas em suas atividades tecnológicas.

Empresas e governos estão agora trabalhando freneticamente para restaurar seus sistemas após o que é considerada uma das piores falhas de tecnologia da informação da história, segundo Elon Musk.

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Gregorio Borgia/Estadão Conteúdo