O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou nesta terça-feira (24) que o país chegou a um acordo de cessar-fogo com o Irã, mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o líder israelense, os principais objetivos da ofensiva militar — iniciada há 12 dias — foram alcançados, incluindo danos a instalações nucleares e de mísseis iranianas, além da eliminação de alvos militares estratégicos.

Poucas horas após o início oficial da trégua, entretanto, acusações mútuas de violação começaram a surgir. Israel afirmou que o Irã lançou mísseis contra seu território menos de três horas após o prazo combinado. Os ataques teriam matado três pessoas e ferido outras oito, segundo os serviços de emergência israelenses.

Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou a retomada de ataques a alvos iranianos, classificando a ação de Teerã como “violação completa” do acordo.

Já a Guarda Revolucionária do Irã afirmou que disparou 14 mísseis “minutos antes” do início do cessar-fogo, justificando os ataques como retaliação a bombardeios israelenses que teriam matado cidadãos iranianos. O grupo declarou ainda que segue “vigilante” diante de qualquer nova ação inimiga.

Trump: “Não jogue essas bombas”

O presidente americano, Donald Trump, confirmou o cessar-fogo em publicação na rede Truth Social, pedindo que ambos os lados respeitem a trégua. Após os ataques continuarem, ele expressou insatisfação com Israel e Irã, e pediu a Netanyahu que retirasse os aviões militares dos céus.

“Israel, não jogue essas bombas. Se o fizer, será uma violação grave. Traga seus pilotos para casa agora”, escreveu Trump. Mais tarde, ele afirmou que Netanyahu aceitou reduzir os ataques, após conversa telefônica entre os dois líderes.

Rússia tenta mediar, e petróleo cai

Durante uma entrevista a bordo do avião presidencial, Trump revelou que o presidente russo, Vladimir Putin, o procurou para oferecer ajuda na mediação da paz entre Israel e Irã. Trump, no entanto, afirmou ter recusado: “Não preciso de ajuda com o Irã, preciso de ajuda com você”.

Ele também voltou a prometer um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, caso seja reeleito, e afirmou que manterá os preços do petróleo em queda até que os conflitos sejam resolvidos.

Putin alerta para risco de 3ª Guerra Mundial e aumento da instabilidade global

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na última sexta-feira (20), que o mundo enfrenta um risco real de escalada geopolítica que pode culminar em uma 3ª Guerra Mundial. A declaração foi feita durante sua participação no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, diante de uma plateia de empresários, líderes estrangeiros e membros do governo russo. A fala de Putin ocorre em meio à intensificação do conflito entre Israel e Irã, que já dura mais de uma semana e envolve ameaças nucleares e movimentações militares de potências globais.

Ao ser questionado sobre os impactos do confronto no Oriente Médio, o presidente russo se mostrou especialmente preocupado com a segurança das instalações nucleares do Irã. “É preocupante. Estou falando sem ironia, sem brincadeiras. Claro que há muito potencial de conflito, ele está crescendo, e está bem diante de nossos olhos — e nos afeta diretamente”, disse, referindo-se também à presença de técnicos russos no país para a construção de dois novos reatores nucleares.