Em uma escalada sem precedentes, as Forças Armadas de Israel declararam neste sábado (14) que o Irã se tornou sua nova frente principal de combate. Gaza, que até então era o foco da ofensiva, passou a ser considerada uma “posição secundária”. A mudança aumenta o risco de um conflito regional envolvendo potências como Estados Unidos, Reino Unido e França.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que, diante de novos ataques iranianos, a capital Teerã poderá ser “completamente destruída”. “Se Khamenei continuar disparando mísseis, Teerã vai queimar”, disse o ministro, referindo-se ao líder supremo do Irã.

Nas últimas 24 horas, Israel lançou uma ofensiva sem precedentes em solo iraniano, atingindo mais de 200 instalações nucleares e militares. Segundo autoridades israelenses, nove cientistas ligados ao programa nuclear iraniano foram mortos, além da cúpula militar do país. A imprensa estatal iraniana relatou a morte de ao menos 60 pessoas, incluindo 20 crianças, após bombardeios em áreas residenciais de Teerã.

O Irã respondeu lançando mísseis contra Israel, matando duas pessoas e ferindo 19, segundo o Times of Israel. Em resposta, Israel confirmou ter atacado a instalação nuclear de Fordow, localizada em uma base da Guarda Revolucionária, a quase meio quilômetro sob uma montanha. O Irã afirmou que já havia removido os equipamentos do local antes da ofensiva.

Apesar da destruição nos arredores, autoridades iranianas classificaram os danos como “administráveis”. A instalação abriga centrífugas utilizadas no enriquecimento de urânio, ponto crítico para o desenvolvimento de armas nucleares.

Israel divulgou imagens dos bombardeios e declarou que manterá o foco em alvos estratégicos, como bases militares, lançadores de mísseis balísticos, cientistas e oficiais de alto escalão. Segundo Tel Aviv, os ataques continuarão pelo tempo necessário.

O governo iraniano classificou as ações de Israel como “declaração de guerra”. Em pronunciamento oficial, o Irã alertou os Estados Unidos, o Reino Unido e a França: qualquer tentativa de interferência para impedir a retaliação iraniana poderá resultar em ataques a bases e embarcações ocidentais na região.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que apoiará a defesa de Israel. Relatos da imprensa norte-americana indicam que forças americanas já teriam ajudado a interceptar mísseis e drones iranianos. O presidente francês, Emmanuel Macron, também prometeu apoio ao país israelense.

Por sua vez, o Reino Unido afirmou que não participou de ações militares, embora tenha pedido moderação às partes envolvidas.

Em reunião no Conselho de Segurança da ONU, o diplomata americano McCoy Pitt foi direto: “As consequências para o Irã serão terríveis caso qualquer aliado ou base americana seja atacado”.