O Vaticano divulgou, nesta última quinta-feira (24), a primeira imagem do túmulo do papa Francisco. Feito de mármore, o túmulo traz apenas a inscrição “Franciscus” e uma reprodução da sua cruz peitoral. Ele está situado em um nicho no corredor lateral da Basílica de Santa Maria Maior, entre a Capela Paulina (ou Capela Salus Populi Romani) e a Capela Sforza, próximo ao Altar de São Francisco.

Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais em Roma, já foi o local de sepultamento de sete pontífices. O papa Francisco, argentino de nascimento e muito ligado à Virgem Maria, havia deixado em testamento sua vontade de ser enterrado ali, em vez da tradicional cripta da Basílica de São Pedro, onde papas vêm sendo sepultados há mais de 300 anos. Ele, inclusive, costumava rezar na basílica sempre que retornava de viagens ao exterior.

Cerimônia de despedida e rituais do sepultamento

O sepultamento de Francisco será marcado por uma série de ritos e cerimônias religiosas, conforme o protocolo da Igreja Católica. A primeira etapa ocorre, nesta sexta-feira (25), com a leitura de um texto que recorda as ações mais importantes do pontificado de Francisco. Um véu de seda branco será colocado sobre o rosto do papa, seguido por uma bênção com água benta.

Moedas e medalhas cunhadas durante seu pontificado, bem como um tubo contendo um resumo de seu papado, com o selo oficial do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, serão colocados dentro do caixão. Esses itens simbolizam os anos em que Francisco esteve à frente da Igreja Católica.

Após a colocação desses objetos, a tampa do caixão, feita de zinco com revestimento de madeira, será fechada. Ela terá uma cruz, o brasão papal e uma placa com o nome de Francisco, a data de seu nascimento e o período de seu Ministério Petrino.

O caixão será então selado, com selos do cardeal camerlengo da Santa Igreja Romana, do cardeal Kevin Farrell, da Prefeitura da Casa Pontifícia e do capítulo do Vaticano. Na tampa do caixão, estará novamente o brasão papal de Francisco.

Missa de Exéquias e despedida final

Os ritos fúnebres continuam no sábado (26), às 10h (horário de Roma, 5h de Brasília). O corpo de Francisco será levado até a Praça de São Pedro para a celebração da Missa de Exéquias, tradicionalmente conhecida como missa de corpo presente. O rito funerário católico prevê que o celebrante faça a oração chamada Ultima commendatio et valedictio (última recomendação e adeus). Durante a cerimônia, será rezada uma ladainha, que inclui nomes de santos, apóstolos, mártires e papas canonizados pela Igreja.

Após a missa, patriarcas e bispos da liturgia bizantina, parte da Igreja Católica Oriental, farão orações de intercessão pela alma do Papa Francisco, abençoando o caixão com incenso.

Morte e despedida do Papa

O Papa Francisco morreu, na segunda-feira (21), aos 88 anos, após uma série de complicações respiratórias. O anúncio foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano. O pontífice ocupava o cargo desde 2013 e foi o primeiro papa latino-americano da história, além de ser o primeiro jesuíta a comandar a Igreja Católica.

A causa da morte do pontífice foi revelada como sendo causada por Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido por um colapso de insuficiência cardíaca irreversível. O pontífice faleceu às 7h35 (horário de Roma) em seu apartamento na residência de Santa Marta, onde vivia desde sua eleição, em 2013.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já está em Roma para participar da missa de corpo presente do papa, ao lado da primeira-dama, Janja da Silva, e de mais 18 autoridades brasileiras, sendo quatro ministros de Estado, parlamentares de diferentes partidos e membros da diplomacia.