Sem papa! Primeira votação no conclave termina com fumaça preta e suspense no Vaticano
Próxima votação está prevista para manhã desta quinta-feira (8), por volta das 5h (horário de Brasília), e nova fumaça em torno das 7h

A primeira fumaça que saiu da chaminé da Capela Sistina, na tarde desta quarta-feira (7), foi preta, indicando que os 133 cardeais eleitores reunidos no conclave ainda não chegaram a um nome de consenso para suceder o Papa Francisco, falecido no último dia 21. O sinal era esperado por milhares de fiéis, que lotaram a praça de São Pedro, e observadores ao redor do mundo. Apesar de tradicionalmente não ser decisiva, a primeira votação é considerada um indicativo importante: ela pode ditar os caminhos do jogo. O cardeal precisa de dois terços dos 133 votos para ser eleito, ou seja, 89 votos e não podem votar em si mesmos.
Neste primeiro dia de conclave, a expectativa era de que o anúncio ocorresse por volta das 14h (horário de Brasília), no entanto, foi somente às 16h01, que a fumaça preta saiu da chaminé instalada no Vaticano.
Após o encerramento da primeira sessão, os cardeais retornaram à Casa de Santa Marta, onde jantam e descansam. Ainda que o isolamento seja rigoroso, as conversas informais seguem, e o clima político do conclave continua se moldando nos bastidores. A próxima votação está prevista para a manhã desta quinta-feira (8), por volta das 5h (horário de Brasília), quando uma nova fumaça por volta das 7h (horário de Brasília) poderá indicar se a decisão foi finalmente tomada branca, em caso positivo, ou preta, se mais uma vez não houver definição.
Capela Sistina é isolada e cardeais fazem juramento solene
Mais cedo, os 133 cardeais com direito a voto foram conduzidos até a Capela Sistina, onde fizeram o juramento solene de sigilo absoluto sobre tudo o que ocorre durante o conclave. A cerimônia marcou o início formal do processo de escolha do novo papa.
Ao entrarem na capela, os cardeais recitaram o texto da promessa de confidencialidade. Em seguida, o mestre de cerimônias proferiu a famosa frase em latim Extra omnes, que determina a saída de qualquer pessoa não autorizada a permanecer no recinto. A partir desse momento, a Capela Sistina foi oficialmente lacrada.
O local, especialmente preparado para o conclave, conta com dispositivos que bloqueiam sinais de comunicação e monitoramento externo, garantindo total sigilo às deliberações. Dentro da capela, os cardeais têm acesso apenas ao essencial: papeletas, canetas e urnas para votação, além de acomodações simples.
O isolamento permanecerá até que o novo papa seja escolhido. Até lá, os cardeais seguirão a rotina de votações, com até quatro rodadas diárias: duas pela manhã e duas à tarde, até que se atinja o quórum necessário.
Influências externas e tentativas de interferência
Apesar do isolamento dos cardeais, o conclave deste ano tem sido alvo de pressões externas. Nos dias que antecederam o início da votação, circulou entre os cardeais um relatório intitulado “Colégio dos Cardeais”, com perfis de cerca de 40 possíveis candidatos. O material, organizado por jornalistas católicos de viés conservador, foi interpretado por analistas como uma tentativa de direcionar a escolha para um perfil oposto ao do falecido papa Francisco.
A publicação foi distribuída por grupos como a Sophia Institute Press e a revista Cardinalis, que mantêm posições alinhadas a alas mais tradicionais da Igreja. A iniciativa gerou controvérsias por promover descrições consideradas parciais de alguns cardeais.
Participação brasileira no conclave
Ao todo, sete cardeais brasileiros participam da eleição papal. Entre eles estão figuras de destaque no episcopado nacional, como:
- Dom Sérgio da Rocha (Salvador e primaz do Brasil)
- Dom Odilo Pedro Scherer (São Paulo)
- Dom João Braz de Aviz (emérito de Brasília)
- Dom Orani João Tempesta (Rio de Janeiro)
- Dom Paulo Cezar Costa (Brasília)
- Dom Leonardo Steiner (Manaus)
- Dom Jaime Spengler (Porto Alegre)
Jornalista brasileira participa da cerimônia de abertura
A jornalista gaúcha Andressa Collet, radicada em Roma, foi convidada para ler a Oração Universal durante a missa de abertura do conclave. Com atuação no Vatican News, Collet se destacou durante a pandemia ao relatar a rotina do Vaticano em quarentena e, agora, marcou presença como uma das vozes femininas na cerimônia. Em 2024, ela também participou de um encontro privado com o papa Francisco, onde levou a bandeira do Brasil e recebeu a bênção para seus filhos.
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