O Papa Leão XIV fez um apelo público, neste sábado (14), para que Israel e Irã atuem com responsabilidade diante da escalada de violência que já provocou dezenas de mortes nos dois países. Em sua primeira Audiência Jubilar como líder da Igreja Católica, realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano, o pontífice expressou preocupação com os novos ataques e defendeu a construção de um caminho de reconciliação.

“Ninguém jamais deve ameaçar a existência de outro. É dever de todos os países apoiar a causa da paz”, afirmou. Para Leão XIV, esse compromisso deve incluir o fomento a soluções que garantam segurança e dignidade para todos os povos, inclusive em meio a tensões armadas.

O Papa criticou o avanço de atitudes guiadas por impulsos destrutivos e apelou ao bom senso dos líderes regionais. “Peço razão para não cederem à fúria cega”, disse. Segundo ele, a comunidade internacional precisa agir para conter o conflito e promover negociações que preservem vidas.

Leão XIV também reforçou o chamado para eliminar o risco nuclear nas disputas entre nações. Durante o discurso, ele declarou ser necessário construir um mundo mais seguro e livre da ameaça nuclear, com base em encontro respeitoso e diálogo sincero. O líder da Igreja ressaltou que a paz deve ser duradoura e fundamentada na justiça, fraternidade e no bem comum.

Conflito entre Israel e Irã já deixou 81 mortos

As forças armadas de Israel alertaram para novos ataques contra o Irã, como resposta aos bombardeios sofridos na sexta-feira. O conflito, iniciado com ataques israelenses contra instalações militares iranianas, já resultou em 81 mortes confirmadas, segundo informações oficiais dos dois países.

O ataque conduzido por Israel utilizou drones e aviões para destruir instalações estratégicas e eliminar alvos importantes ligados ao programa nuclear do Irã. De acordo com o embaixador iraniano na Organização das Nações Unidas (ONU), Amir Saeid Iravani, 78 pessoas morreram e mais de 320 ficaram feridas. Ele responsabilizou os Estados Unidos por dar suporte às ações de Israel.

A retaliação iraniana ocorreu no fim da tarde de sexta (horário local), com o lançamento de drones e mísseis balísticos contra cidades israelenses, incluindo Tel Aviv, centro financeiro do país. Segundo autoridades de Israel, os ataques deixaram três mortos e dezenas de feridos.

Negociações nucleares impactadas pela ofensiva

A origem da nova ofensiva está na percepção do governo israelense de que o Irã se aproximava da construção de uma arma nuclear. Apesar disso, análises de especialistas e do próprio governo norte-americano indicavam que Teerã não estava ativamente desenvolvendo o armamento no momento dos ataques.

A escalada armada também interferiu diretamente nas negociações entre os Estados Unidos e o Irã, que vinham sendo retomadas. Os dois países tinham um encontro previsto para o domingo, 15, com o objetivo de discutir os termos de um novo acordo nuclear, mas o avanço das hostilidades comprometeu o ambiente para diálogo.

Apelo pelo fim da violência e busca pela paz

As declarações do Papa Leão XIV refletem o posicionamento tradicional do Vaticano diante de conflitos armados, especialmente os que envolvem riscos nucleares e a vida de civis. O pontífice enfatizou que é responsabilidade de todos os países buscar soluções diplomáticas e abandonar práticas que resultem em sofrimento coletivo.

“A paz duradoura se constrói com justiça, fraternidade e bem comum”, concluiu, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro. A fala ocorre em um momento de alta tensão no Oriente Médio e reforça o papel da Igreja como mediadora moral em conflitos internacionais.