O presidente Lula (PT) determinou a realização de um voo de repatriação para os brasileiros no Líbano, conforme anunciou o Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (30). A decisão foi tomada após a intensificação das tensões entre Israel e o Hezbollah, com bombardeios diários no território libanês. A data da operação deverá ser anunciada nos próximos dias, mas a previsão que seja já neste fim de semana.
Com cerca de 21 mil brasileiros vivendo no Líbano, a maior comunidade brasileira no Oriente Médio, a situação se agravou nos últimos dias devido aos conflitos na região. Segundo o Itamaraty, a Força Aérea Brasileira planeja que a decolagem ocorra no aeroporto da capital, Beirute, que ainda se mantém aberto. A Embaixada do Brasil no Líbano já está tomando as providências necessárias, em coordenação com autoridades locais.
O agravamento da situação é destacado pela morte de dois adolescentes brasileiros, Mirna Raef Nasser, de 16 anos, e Ali Kamal Abdallah, de 15, vítimas dos bombardeios no Vale do Bekaa, no subúrbio de Beirute, no último dia 23 de setembro. Nos últimos três meses, o Líbano tem enfrentado ataques aéreos intensos de Israel em Beirute, no sul do Líbano e no Vale do Bekaa.
Nesta segunda-feira (30), autoridades americanas informaram que as Forças de Defesa de Israel (IDF) planejam uma invasão terrestre ao Líbano, o que seria a primeira ofensiva terrestre israelense no país desde 2006. Até o momento, a orientação da Embaixada Brasileira em Beirute era para que os cidadãos que pudessem deixassem o país pelo aeroporto, mas os voos têm sido frequentemente cancelados devido aos bombardeios israelenses próximos à capital.
Conflito em escalada
As forças israelenses têm realizado incursões terrestres para preparar a possível invasão do Líbano. Tanques israelenses foram vistos reunidos perto da fronteira entre os dois países. O Hezbollah, milícia xiita sediada no Líbano, declarou estar pronto para o combate. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que as tropas estão preparadas para atacar o Hezbollah com força.
Em contrapartida, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, em um discurso gravado, disse que seus combatentes estão prontos para enfrentar qualquer ofensiva israelense. Qassem falou pela primeira vez desde a morte do líder do grupo, Hasan Nasrallah, em um bombardeio ao sul de Beirute.
Israel tem concentrado os ataques no Líbano em coleta de informações sobre as posições do Hezbollah e na identificação de túneis e infraestrutura militar da milícia. Segundo o jornal The New York Times, ainda não há decisão final sobre a invasão terrestre.
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