A prisão do último líder da mais famosa organização criminosa do México, o cartel de Sinaloa, Ismael Zambada, conhecido como “El Mayo”, gerou uma onda de violência no país, deixando dez pessoas mortas, entre elas o ex-prefeito de Culiacán, Héctor Melesio Cuén. A informação é que todas as vítimas tinham alguma conexão com a prisão do líder do cartel. Mayo é um dos fundadores do cartel e estava foragido a cerca de 40 anos.
O líder do cartel foi preso ao lado de Joaquín Guzmán López, filho de Chapo Guzmán, principal sócio de Mayo, e que o acusa de traição. A prisão aconteceu assim que ambos desembarcaram de um avião no estado norte-americano do Texas. Ainda não há informações sobre as circunstâncias da prisão do líder da facção, mas a mídia internacional apresenta duas teses: a primeira é que o próprio Mayo tenha se rendido para as autoridades norte-americanas para poder receber tratamento contra um câncer; a segunda hipótese é que Guzmán Lopez tenha sequestrado Zambada para entregá-lo à polícia.
Agora, é esperado que a onda de violência comece a crescer, em busca da sucessão e reorganização do cartel de Sinaloa, além do avanço de grupos rivais. O governo mexicano afirmou, através de nota, ter sido pego de surpresa com a informação da prisão do líder do cartel. Especialistas afirmam que a não divulgação da operação que prendeu El Mayo foi motivada para evitar vazamentos e a fuga do líder do cartel, visto que muitos políticos mexicanos fazem parte da rede de contatos do criminoso.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fez uma declaração pública após a prisão, pedindo que os EUA divulguem as informações sobre parceiros de Zambada, especialmente os políticos. “Temos de saber quanto apoio lhe deram, quem o protegia. Tudo isso vai ajudar a esclarecer os fatos”, solicitou. Pouco tempo depois, o líder do cartel divulgou uma carta onde divulga nomes de apoiadores, dentre os quais está o governador de Sinaloa, do mesmo partido do presidente mexicano, que passou a ser acusado também de corrupção.
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