Na noite de terça (10), os candidatos à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump, se enfrentaram no primeiro debate após a desistência de Joe Biden. A candidata do partido Democrata partiu para o ataque, destacando as condenações criminais e a maneira como o republicano lidou com a pandemia. Já apoiadores de Trump esperavam que ele fosse mais disciplinado e apresentasse críticas ao governo Biden, de quem Harris é a atual vice.  

Desestabilizado com os ataques feitos por Harris, Trump passou a atacar a vice-presidente com mentiras e fatos distorcidos, sendo corrigido pelos mediadores do debate David Muir e Linsey Davis. O ex-presidente chamou Kamala de “progressista radical”, afirmando que ela pretende “tirar as armas dos americanos” e banir o “fracking”, um processo de extração de petróleo e gás natural.  

Ao ser perguntada sobre economia e imigração, temas considerados delicados para os democratas, Kamala desconversou e destacou que tem um plano para reduzir os impostos da classe média. Sobre imigração, a candidata acusou o ex-presidente de ter prejudicado uma legislação no Congresso americano, que teria reforçado a patrulha nas fronteiras, para poder usar o tema a seu favor durante a eleição.   

Segundo pesquisa feita pela emissora CNN, após o fim do debate, eleitores afirmaram que a Kamala Harris saiu vitoriosa do encontro. Os dados apontaram que a democrata obteve 63% da aprovação contra 37% de Trump.

O levantamento apontou que Harris dominou os temas como proteção da democracia e aborto, enquanto nas questões envolvendo economia, a candidata deixou a desejar.  

Economia 

Sobre seu plano econômico para o país, a candidata democrata destacou sobre seu projeto de criar uma “economia de oportunidades”, reduzindo os impostos da classe média. Em seguida, Kamala acusou Trump de planejar um grande corte de impostos para os ricos norte-americanos.

A vice-presidente também apresentou projetos de redução de impostos para micro negócios, além de promover o desenvolvimento da classe média.  

O tema de economia é o principal problema da campanha da Democrata, porque muitos dos eleitores ainda não entenderam suas propostas.  

Já Trump iniciou sua participação no tema com críticas à inflação do país, citando ainda que muitos imigrantes ilegais e afro-americanos são os principais responsáveis pela falta de empregos e por atrapalharem a economia. Trump defendeu ainda impor tarifas a produtos de outros países, explicando que os Estados Unidos não seriam prejudicados, apesar de especialistas afirmaram o contrário.   

Imigração 

Neste bloco do debate, Kamala acusou Trump de instar seus aliados do Congresso a não aprovar uma legislação que reforçaria o patrulhamento na fronteira, com o intuito de explorar o tema em sua campanha, o que deixou o ex-presidente irritado.

A vice-presidente mencionou as desinformações propagadas pelo republicano. Kamala contou ainda que alguns projetos para a imigração ilegal, como o citado, tiveram apoio de representantes Republicanos, como os senadores Mitt Romney e John McCain. 

Trump respondeu os ataques de Kamala de forma confusa, falando sobre teorias da conspiração de imigrantes que comem gatos e cachorros em cidades americanas, sendo corrigindo novamente pelos moderadores. O ex-presidente continuou sua defesa, chamando os funcionários de seu governo que apoiam Kamala de ruins, destacando que eles apenas estão se vingando por terem sido demitidos.  

Considerações finais 

Nas considerações finais, Kamala falou que faz parte de uma nova geração de líderes focados no futuro, disse que tem uma visão nova para os EUA e que quer criar mais oportunidades e reduzir o custo de vida no país. Declarou, ainda, que enquanto ela está no futuro, Trump que ficar no passado.  

“Por que ela não fez antes?”, questionou Trump ao finalizar sua participação, ressaltando que a vice-presidente faz parte da administração atual. Adotando um tom pessimista, Trump afirmou que os EUA estão em declínio e apontou que a imigração é a principal responsável por isso.  

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