Israel promete barrar navio com Greta Thunberg e ativistas que tentam romper bloqueio marítimo em Gaza
Grupo internacional parte da Itália com ajuda humanitária e denuncia interferência eletrônica e risco de interceptação no Mediterrâneo

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou, no sábado (7), que o governo israelense impedirá a chegada do navio Madleen, que transporta a ativista climática Greta Thunberg e outros 11 ativistas internacionais com destino à Faixa de Gaza. A embarcação, que partiu da Sicília no último domingo, integra uma nova missão da Freedom Flotilla Coalition e tem como objetivo romper o bloqueio marítimo imposto por Israel, além de entregar ajuda humanitária à população palestina.
Segundo Katz, o bloqueio naval da região continuará sendo rigidamente mantido para impedir, segundo ele, o fornecimento de armamentos ao grupo Hamas. “Israel não permitirá que ninguém quebre o cerco marítimo”, declarou o ministro em pronunciamento oficial.
Nas redes sociais, Katz ainda completou chamando Greta de antissemita. “Para a antissemita Greta e seu colega porta-voz de propaganda do Hamas digo claramente: Devem voltar atrás – porque não vão chegar a Gaza”, escreveu ele.
A iniciativa da Freedom Flotilla reacende o debate internacional sobre a crise humanitária em Gaza, que enfrenta uma devastadora escassez de alimentos, medicamentos e recursos básicos desde o início do conflito em larga escala com o Hamas. De acordo com organizações de ajuda humanitária, mais de 90% da população da Faixa já foi deslocada, e o risco de fome em massa é iminente, mesmo após a recente autorização israelense para entrada limitada de suprimentos.
Ativistas denunciam interferência eletrônica e temem ataque
No início da manhã de domingo (8), o grupo relatou ter enfrentado “interferência eletrônica” nos sistemas de navegação do barco. “De acordo com o nosso rastreador, não estamos mais a 162 milhas de Gaza, que é onde de fato estamos. Ele diz que estamos no Aeroporto da Jordânia”, explicou o ativista brasileiro Thiago Ávila em um vídeo publicado nas redes sociais.
Ávila, que integra a missão, afirmou ainda que essa interferência pode indicar uma possível interceptação ou ataque ao navio. “Sabemos o que isso significa. Quando bloqueiam nossa comunicação, é porque estão se preparando para algo”, declarou.
A bordo do Madleen, além de Thunberg, estão nomes como a deputada franco-palestina Rima Hassan, que já foi impedida de entrar em Israel, e o ator irlandês Liam Cunningham, conhecido pelo papel na série Game of Thrones. Em coletiva de imprensa antes da partida, Thunberg criticou a passividade internacional diante da situação em Gaza e classificou o cenário como “um genocídio transmitido ao vivo”.
Israel contesta acusações e lembra ataque anterior à flotilha
O governo israelense, por sua vez, nega as acusações de genocídio e costuma reagir com veemência às críticas, classificando muitas delas como antissemitas. Em abril, uma tentativa anterior da Freedom Flotilla de romper o bloqueio também fracassou. Na ocasião, outro navio da coalizão foi atacado por dois drones não identificados em águas internacionais próximas à ilha de Malta. A organização responsabilizou Israel pelo ataque, que danificou a parte dianteira da embarcação.
A repetição das tentativas da Freedom Flotilla busca manter a atenção internacional voltada para a situação humanitária em Gaza e cobrar uma resposta mais firme da comunidade global. O grupo defende que o bloqueio marítimo viola normas do direito internacional e compromete seriamente os esforços de socorro humanitário na região.
Ajuda internacional ainda é insuficiente para atender à crise
Desde o início da escalada do conflito, em outubro de 2023, Gaza tem enfrentado um colapso generalizado das suas estruturas de saúde, abastecimento e moradia. Mesmo com a liberação parcial da entrada de ajuda humanitária no último mês, a ONU e outras entidades alertam que os volumes são muito abaixo do necessário. Com a guerra ainda em curso e o bloqueio ativo, a população local segue em situação crítica.Enquanto isso, o mundo observa com apreensão a possível interceptação do navio Madleen. A ação pode ampliar ainda mais a pressão diplomática sobre Israel e reacender as discussões sobre os limites do bloqueio, os direitos das populações civis em zonas de guerra e a legitimidade de ações de ativismo internacional diante de cenários humanitários extremos.
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